A Teia Antirracista da Estilo foi se tecendo aos poucos, se demorando nos detalhes, no conteúdo, com paciência e cuidado. Ao longo do tempo, um fio foi se somando a outro, se intercruzando com outro, e hoje temos uma trama capaz de sustentar as ideias e as ações desse coletivo.
A Mostra Antirracista da escola é uma dessas ideias. Queríamos encerrar o ano com esse evento, que aconteceu dia 25 de novembro, inspiradas e inspirados pelo tema “Infâncias e Resistencias”.
Quando os primeiros esboços da Mostra Antirracista começaram a permear nossos pensamentos, fomos tomadas e tomados por grande euforia, rapidamente, muitas ideias foram chegando, fomos imaginando como seria a receptividade da comunidade escolar, como seriam os sentimentos que envolveriam todas e todos os presentes.
A expectativa era alta, estávamos muito animadas e animados. Mas nem em nossos maiores devaneios pudemos imaginar o que nos aguardava…
A Mostra tem como um de seus objetivos apresentar e rememorar tudo o que foi vivenciado ao longo do ano pela comunidade escolar; vivências essas que perpassam de alguma maneira pelas questões raciais e pela luta antirracista.
A Teia Antirracista, além de idealizar a Mostra, participa trazendo um pouco de seu trabalho, mas temos nas educadoras, nos educadores e nas crianças os grandes protagonistas desse evento. Esse grupo traz e apresenta para as famílias o resultado de seus estudos, trabalhos e esforços. Sem a dedicação e o empenho delas e deles, a Mostra não aconteceria.
O que vivenciamos e testemunhamos durante a nossa 1ª Mostra Antirracista foi algo extraordinário, de uma potência infinita. A escola estava pulsante, vibrante, cheia de vida e energia. O ir e vir das crianças, familiares, educadores e colaboradores amplificava tudo; em cada sala, uma nova descoberta, um novo assombro, um novo encantamento face ao que nos estava sendo apresentado.
Fomos convidadas e convidados a passear por histórias potentes, de luta, de resistência, de descobrimentos, de cidadania, de ressignificações, de celebrações e reverências. Estávamos em festa e era possível sentir em cada poro das nossas peles!!! Às vezes, como em um abraço, nos sentíamos acolhidos… Às vezes, era pura poesia, como o nascer do sol… E às vezes, um chamamento, uma convocação para uma reflexão profunda, como em uma conversa madura com um mais velho, alguém mais sábio que nós.
O professor Renato Noguera fala sobre a importância de festas e celebrações cíclicas dentro da escola, que envolva educadores, estudantes e a comunidade escolar para que se tornem um marco, um ritual, que seja um processo de elaboração do passado, para compreender o presente e caminhar no futuro.
Inspirados e inspiradas nesse pensamento do professor Noguera é que faremos da Mostra Antirracista um marco dentro do calendário escolar, que encerrará o ciclo de cada ano e que nos convidará a refletir sobre o que queremos para o ano seguinte.
Esperamos encontrar com vocês em todas as edições da Mostra e dos eventos da Teia Antirracista!! É urgente que nos envolvamos cada vez mais!!!
Até 2024!
Instalações: trabalhos expositivos, onde apreciamos o percurso realizado pelas crianças, educadoras e educadores de forma contemplativa. Ficaram livres e disponíveis para acesso ao longo de todo o evento.
Painéis: trabalhos narrativos, onde estudantes, educadoras e educadores nos brindaram com uma fala sobre o trabalho desenvolvido. Estavam livres e disponíveis para acesso ao longo de todo o evento.
Ateliês: trabalhos que trouxeram oficinas interativas, onde as educadoras e os educadores facilitaram vivências e convidaram as crianças a produzir algo manualmente.
Uma sala com uma experiência imersiva em poemas escritos por mulheres pretas!!! Esteve livre e disponível para acesso ao longo de todo o evento.
Local: G1
E como celebrar e partilhar lembra afeto, que lembra comida, compartilhamos um delicioso café da manhã!!
Local: G3
Encerramos esta grande festa, às 11h30, com uma contação de histórias oferecida pela turma do 1º Ano Vespertino, que estavam estudando o mito Iorubá do Òrum ao Àiyé.
Também contamos com a presença da Livraria Miúda, que trouxe uma curadoria bastante sensível e ao mesmo tempo, relevante, dentro da temática antirracista.
Local: Pracinha