“Me diga o lixo que produz e te direi quem és”. Sim, ao dar uma leve espiadinha na lixeira de alguém, é possível conhecer um pouco da sua rotina de consumo e do seu universo pessoal. Muitos pacotes de comida congelada e sacolas de restaurantes? Provavelmente, o indivíduo tem uma rotina muito corrida, prefere consumir alimentos prontos ou simplesmente não gosta de cozinhar. Grande quantidade de embalagens de quinoa e aveia? A pessoa é adepta de uma vida mais fitness. Muitas garrafas PET? Temos um fã de sucos, refrigerantes ou outras bebidas engarrafas.
Embora a gente não se dê conta no dia a dia, a nossa relação com o lixo é muito próxima. Afinal, ele só existe a partir do nosso consumo. E, mais importante, não deixa simplesmente de existir quando o colocamos para fora das nossas casas. Foi com o intuito de fazer as pessoas refletirem sobre essa relação tão próxima e, ao mesmo tempo, tão distante que o fotógrafo norte-americano Gregg Segal criou a série fotográfica Seven Days of Garbage, ou Sete Dias de Lixo. Realizado em 2014, o trabalho registrou famílias de diferentes grupos sociais dos EUA deitadas sobre o lixo que produziam ao longo de uma semana. As imagens foram feitas em três ambientes (grama, areia e uma piscina) criados pelo fotógrafo no quintal de sua casa. Para destacar a relação de proximidade das pessoas com o lixo que produzem, Segal tirou todas as fotos de cima. Em alguns casos, a quantidade de lixo produzida foi tão grande que as famílias sentiram vergonha e esconderam parte dos resíduos.
Há exatos dez anos, uma mudança de casa fez a francesa Bea Johnson (precursora do movimento #LixoZero) e sua família reverem os seus hábitos de consumo e, consequentemente, reduzirem a produção de lixo. “Decidimos nos mudar para o centro de São Francisco, mas, antes de encontrar a casa ideal, alugamos um apartamento pequeno e fomos só com o necessário. Colocamos as outras coisas em um depósito e vimos que 80% dos bens que tínhamos guardados não fizeram falta. Então, nos desfizemos deles”, relembra em entrevista à BBB Brasil.
Desde então, a família passou a comprar menos coisas e a consumir alimentos a granel, além de substituir produtos descartáveis por alternativas reutilizáveis. Alimentos processados e produtos de limpeza industrializados também foram abandonados, e bens de segunda mão (como roupas) passaram a fazer parte da rotina familiar. A mudança de comportamento reduziu em 40% os gastos, e o lixo que Bea, o marido, Scott, e seus dois filhos adolescentes, Max e Leo, produzem durante um ano cabe em um pote de vidro que ela faz questão de levar em suas palestras sobre a #LixoZero ao redor do mundo (ela é autora do livro Zero Waste Home, traduzido para 20 idiomas).
Isso porque, no recipiente, fica apenas aquilo que eles consomem, mas não conseguem reciclar ou enviar para a composteira (todo o “resto” é reutilizado de alguma maneira). “Nesta sociedade de consumo, somos alvo de diversos produtos gratuitos. Sacos plásticos, cartões de visita, amostras, produtos de beleza em hotéis. Cada vez que a gente aceita, é criada uma demanda para que mais seja fabricado. Quanto mais eu recuso, menos coisas eu tenho para reduzir, reutilizar, reciclar e compostar, que são os quatro passos seguintes”, explica.
Aqui na Estilo, nós reavaliamos todo o nosso ciclo de consumo e listamos todos os materiais que circulam por aqui para saber os que podem e os que não podem ser reciclados. Boa parte dos recicláveis, especialmente os de uso educativo e administrativo, como caixas de papelão desmontadas, placas de isopor, espiral e capas de apostilas, são reutilizados em atividades com as nossas estudantes e os nossos estudantes. E, neste processo, nós não apenas incentivamos o exercício criativo deles, como também falamos sobre a cadeia produtiva na qual os materiais são produzidos e sobre a importância de fazermos o correto descarte dos mesmos.
No caso dos itens que ainda (infelizmente) não podem ser reciclados, como EVA, tubo de cola líquida, etiquetas e giz pastel, nós reduzimos ao máximo o consumo, circulando os materiais já existentes em nosso estoque, e, na medida do possível, os substituímos por alternativas mais sustentáveis. Ao analisar o nosso próprio lixo, a gente se conhece melhor, reavalia hábitos e consegue adotar práticas mais sustentáveis. Se alguém um dia resolver dar uma espiadinha no nosso lixo vai encontrar elementos que compõem um cenário de reaproveitamento, consumo consciente e #LixoZero. Um ótimo cartão de visitas, não é mesmo? Muito prazer, somos a Estilo de Aprender!
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