Cada vez que as professoras e os professores recebem as famílias no #BatenteDaPorta da sala, há uma afirmação de uma escolha, do porquê desse sujeito ter decidido ser professor. Afirmação da qualidade formativa desse sujeito, que é resultado de todas as suas vivências e experiências acadêmicas, intelectuais, culturais e de vida. Porque a escolha das palavras, de como contar os fatos que aconteceram e suas interpretações, depende não só de um caminho acadêmico, mas também de uma sensibilidade pessoal. A escola que cria esse espaço de afirmação, esse convite para uma produção dessa narrativa, confia em suas professoras e em seus professores e sabe da importância, por exemplo, de uma formação continuada. Ao criar esse espaço de diálogo, a escola se responsabiliza pelas palavras e intenções ditas por aquelas e aqueles que representam o seu currículo.
 
Essa fala não é apenas o relato de um fato, mas começa muito antes e envolve vários componentes. Cada vez que uma professora ou um professor fala a respeito de uma criança, há incutido em seu discurso a voz de uma coordenadora, um coordenador, de um diretor, de um currículo, de seus professores na universidade, dos livros que leu, dos filmes a que assistiu. Elementos que afirmam esse todo da professora e do professor. Essa fala cria um diálogo verdadeiro, olho no olho, que coloca a criança como sujeito. A professora e o professor falam para poderem ser escutados e também se abrem para ouvir os familiares e as crianças. Uma troca que cria uma visão de infância que é amplificada, que é multiplicada. Essas conversações propiciam uma noção de individualidade dentro do espaço da escola, ajudando as famílias a ampliarem seus olhares para suas filhas e filhos em um contexto coletivo, e não apenas familiar, e dando voz e segurança para as crianças serem quem são e o que quiserem ser.
 
Historicamente, as famílias estão acostumadas a entender o que acontece dentro da escola por meio das provas, dos boletins, das agendas escolares, em um recorte que não tem movimento, que engessa a criança. No #BatenteDaPorta, elas são convidadas a participar do processo de desenvolvimento das crianças. Porque, quando falamos de desenvolvimento constante, de “des-envolvimento”, de movimento, estamos nos referindo a algo que deve ser construído dia a dia. Quando se trata de avaliação processual, pressupomos o papel da professora e do professor nessa construção da narrativa todos os dias no #BatenteDaPorta.

Num colo, cabem muitos afetos!

Parcerias!

Quem leva quem?

Carregamos em nós nossa história

Quando o espaço tem tanto a dizer…

Devir encontro: o novo de novo

A chegada com afeto

Escola: tempo/espaço dos afetos

Pelo chão da escola, há tempo de ser o que se é