Como se vive num mundo que tem na escassez um de seus alicerces? Como confiar em decisões que entendem que a escassez é o que sustenta o outro lado da moeda: a abundância para poucos? Algumas linhas de estudo dentro da economia atribuem valor econômico àquilo que é escasso. Complicado, pois a sociedade começou a gerar escassez para gerar valor econômico. Aquilo que se conhece por exclusivo, o que acaba logo, o que atende ao seleto grupo que abunda o que falta no todo, tem mais valor. O ter, como premissa identitária na sociedade de consumo, representa a afirmação de que o mundo já não tem cerimônia em assumir que, para existir aquilo ou aquele que abunda bens, alguém precisa morrer de escassez. Nossa sociedade aceita matar por escassez. Morte matada.

A obsolescência programada é um bom exemplo de como a escassez é planejada e construída. Uma relação pautada na falta material e imaterial, na escassez de prazer momentâneo, de aceitação social, de status. Escassez é vergonha para quem abunda. E a roda gira: o preenchimento da alma pela lógica do acúmulo e da sobreposição da matéria.

Essa lógica da escassez é perversa e cria o espírito de sobrevivência competitiva, de aniquilação do oponente. Justamente porque se entende que é preciso matar, aniquilar para chegar lá. A lógica de que não tem para todo mundo é mais ou menos assim: O “medo da falta” alimenta a competição para se alcançar o que ainda existe. E, quando se alcança, ou se está a caminho do ter, acumulamos por medo do futuro. Quanto mais acumulamos, mais tiramos de circulação. Se tiramos de circulação, cada vez se tem menos… Tendo-se menos ainda, fica mais difícil de alcançarmos, e fica mais caro ainda. Se fica mais caro, as pessoas que antes poderiam acessar agora não podem. Se elas não podem acessar, de fato, a profecia da escassez se realiza e, realmente, não tem para todo mundo.

A ideia é sair, definitivamente, do Paradigma da Escassez para entrarmos no Paradigma da Abundância. Nele, a premissa é que tem para todo mundo. Se tem para todo mundo, não temos medo de que falte. Se não temos medo de que falte, ao invés de competir para guardar para nós o que parecia pouco, abrimos espaço para colaborarmos com a pessoa que está ao nosso lado. Abrimos espaço para cocriamos o que está posto e o que virá. Se cocriamos, aumentamos o fluxo das coisas que estão circulando. E, se aumentamos a circulação, aumentamos o acesso. Assim, ao invés de excluir, incluímos. Se incluímos, então, de fato, tem para todo mundo, e a profecia se realiza.

Recursos abundantes não só não se esgotam, mas se multiplicam com o uso!

Entender tudo isso, essa relação, possibilita-nos enxergar os processos de uma forma diferente, garantindo a inclusão e a abundância. E é aí que entra o conceito de Economia Colaborativa! É aí que nasce o colaBORA!

Que, daqui em diante, a colaboração faça parte do nosso DNA, das nossas digitais, e que seja o maior legado que essa situação nos deixa para o futuro! Não é apaixonante? Desafiador?

As vantagens desse novo modelo de relações sociais, de trabalho, de modos de vida e afins são imensuráveis, tanto para gerar riqueza, como para gerar valores de cidadania em uma sociedade mais saudável (em todos os aspectos do conceito de saúde).

Transmutamos de ganância para generosidade, de posse para acesso, de controle para participação, de competição para cooperação.
Para alguém ganhar, ninguém precisa MAIS perder!

Bora começar a cocriar e produzir juntos e juntas?

A Estilo sempre fomentou a ideia de que a escola teria de derrubar seus muros para dialogar com a sociedade “fora” dela. Sempre dissemos que: Escola é espaço de atravessamento, de relações. Fazemos isso dentro do nosso currículo, com as palavras que escolhemos para refletir, argumentar e ensinar as crianças, em nossas ocupações pela cidade, na conexão com os espaços públicos etc. Agora, é hora de ampliar. É hora de usar esse espaço como conexão para gerar renda para a Estilo e para as famílias que fazem parte da nossa comunidade.

Trabalharemos com collabs (um termo que se refere a “colaboração” e que, no nosso livre entendimento, é conexão, é experimentação, é encontro).

Quando empresas, negócios e pessoas colaboram umas com as outras, ampliam seus públicos, consolidam suas marcas, seus discursos, aumentam sua visibilidade, alcançam mais reconhecimento. Assim, conseguem mais vendas.

E podemos trabalhar em muitas vertentes! Começamos o planejamento agora para que, quando estivermos de volta em nosso Quintal, as collabs que formaremos estejam presentes também.

Eventos (palestras, festas, reuniões) e cursos para crianças e para adultos, que podem acontecer aos finais de semana ou à noite na escola… tudo para que a Estilo seja um espaço físico de colaboração, de cocriação e de geração de renda que ajuda famílias e escola a entenderem e a atravessarem os novos tempos. Queremos ver na Estilo as mais variadas atividades acontecendo: aula de ioga para adultos, curso de fotografia, curso de reike para crianças, curso de culinária, ou até a realização de um evento em que muitas partes estejam envolvidas para colaborar (alguém que tenha empresa de locação de cadeiras, outra que tenha aparelhagem de som, outra que seja organizadora de eventos…).

Um exemplo: se você quer dar um curso de fotografia, se sentará com o Desencadeia, contará sua proposta e entenderemos se o seu curso conversará com o propósito da escola. Podemos também contribuir com ideias para a dinâmica acontecer e até pensar em outra pessoa, por exemplo, que trabalhe na área de eventos, organizando e contatando fornecedores para contribuir com equipamentos (mesa, cadeira, aparelhos de luz) que serão necessários. Todos os profissionais envolvidos pensarão em valores abaixo do mercado, a fim de viabilizar o curso e que todos e todas ganhem com isso!

• Se você tem ou é uma marca, presta um serviço que acredite ir de encontro com o que a Estilo acredita, vamos trabalhar juntos e juntas! Abriremos nosso espaço para, juntos, captarmos mais público, a um valor abaixo do mercado, diferente do que é atualmente praticado fora dos nossos muros.
• Se você acredita que possa ser um fornecedor para nossas collabs, nos avise! Todos e todas podem ganhar!

Escreva para estilodeaprender@estilodeaprender.com.br e nos conte o que vem em mente!

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