RASTRO 2º ANO VESPERTINO
Um dos objetivos do nosso estudo sobre as transformações da cidade em torno dos rios é conhecer e compreender de que forma essas modificações interferiram e interferem nas relações que estabelecemos com nossos rios.
Durante o percurso, vimos que os mesmos rios que um dia foram fundamentais para a formação da nossa cidade estão, hoje, escondidos, tamponados. Pois eram entendidos como empecilhos para o desenvolvimento e modernidade da nossa cidade. Naquela quarta-feira, saímos preparados para a nossa caça aos rios!
Nesta empreitada, contamos com a parceria do Wellington, que participa de diversas intervenções artísticas e movimentos de restauração e revitalização dos entornos do Água Preta. Tal parceria foi extremamente positiva e construtiva, pois pudemos entrar em contato com outras formas de nos relacionarmos com os rios. Uma nova forma de ocupação e uso dos espaços e da cidade que abarca desde a conscientização da existência de suas águas até a festa e o divertimento consciente levantados e defendidos pelo Bloco Água Preta durante o carnaval.
Mas… de onde vem o rio? Para respondermos a nossa pergunta, escolhemos iniciar nosso Rastro pela Praça das Nascentes, na Pompeia, local que abriga diversas nascentes do Riacho Água Preta e que também é alvo de ações do coletivo “Ocupe e Abrace”, formado por moradores da região que têm por objetivo recuperar a Praça e as nascentes do Água Preta que estão ali.
Na Praça, pudemos conhecer as nascentes, ver a água brotando da terra, as valetas construídas para escoamento da água, os lagos e também algumas histórias sobre a Praça e as ações que acontecem ali.
Caminhamos pelas ruas da Pompeia seguindo o curso do Água Preta, observando a presença de suas águas pelas calçadas e ruas. Chegamos nas travessas onde deixaríamos nossos rastros, espaço que conta com diversas intervenções artísticas, sendo uma delas a formação de um laguinho construído pelos moradores. E, para nossa surpresa, pudemos participar! Vimos o laguinho encher com a água cristalina do próprio Água Preta descartada por condomínios de prédios da região.
Com sprays e tintas nas mãos, começamos a deixar nossos rastros! Peixes, frases, animais… todos com o intuito de mostrarmos e garantirmos a presença do Água Preta naqueles espaços. Caminhamos pelo mesmo percurso do rio, que também é o caminho percorrido pelo bloco, deixando nossas mensagens, marcas e rastros e conhecendo novas maneiras de nos relacionarmos, bem como entendermos a importância das águas em nossa cidade.
Marina V. J. Moreira e Luca N. Vernalha