RASTRO GRUPO 4 VESPERTINO
Um Tema pode ser construído, constituído, elaborado de diferentes formas. Por meio da escuta de estudantes, pela autoria do professor e da professora. Com atividades, sequências, repertórios, referências, discussões, apreciações, didática, relações, registros, reflexões, perguntas e respostas. Ufa! Ferramentas que a Escola nos dá para tal. Mas, e quando não conseguimos localizar na pedagogia o Tema? E quando as estratégias já não dão conta do alcance do que se vive e já não podemos chamar mais de “sequência”, “didática”, ou outra artimanha escolar?
No passeio ao Museu de Geociências, o Grupo 4 Vespertino viveu esta experiência. Na exposição sobre a Grécia Antiga, onde objetos e construções eram reconhecidos e nomeados pelas crianças – o elmo, os templos, as vestimentas do soldado, os desenhos nos vasos –, estudantes da Estilo circulavam e requisitavam a todo instante Ricardo, Maiara e Rose para lhes mostrar o que haviam re-descoberto ali. Como arqueólogas e escavadores, como etnólogos e historiadoras, observaram objetos carregados de sentidos de Tema e histórias de humanidade.
Ao sairmos da exposição, nos encaminhamos à Praça do Relógio para um piquenique. Chegando, fomos em direção a uma área repleta de grandes pedras, situada em uma elevação no vasto gramado que é lá. Corridas, escaladas, gravetos, galhos, pedras. O ambiente era convidativo a achados preciosos e aventuras homéricas.
Porém, a cena resume o dia. Condensa e traduz a escola que queremos em um momento. Todas as crianças correram em direção às pedras elevadas e começaram a escalar e se acomodar naquele monte. E, como se olhassem por entre nuvens e limbos um outro mundo, o mundo real do faz-de-conta, disseram: “Chegamos ao Monte Olimpo!”.
Ali, naquele momento, Tema e corpo, conceitos e espaço, infância e escola fizeram um único sentido. Inapreensível aos termos, compreensível pela sensação de estarmos fazendo a coisa certa.
Filippe Dotte
Curador Pedagógico da Estilo