Rastros

CÓRREGO DO ÁGUA PRETA

By April 19, 2017 April 21st, 2019 No Comments

RASTRO 2º ANO VESPERTINO

 

Um dos objetivos do nosso estudo sobre as transformações da cidade em torno dos rios é conhecer e compreender de que forma essas modificações interferiram e interferem nas relações que estabelecemos com nossos rios.

Durante o percurso, vimos que os mesmos rios que um dia foram fundamentais para a formação da nossa cidade estão, hoje, escondidos, tamponados. Pois eram entendidos como empecilhos para o desenvolvimento e modernidade da nossa cidade. Naquela quarta-feira, saímos preparados para a nossa caça aos rios!

Nesta empreitada, contamos com a parceria do Wellington, que participa de diversas intervenções artísticas e movimentos de restauração e revitalização dos entornos do Água Preta. Tal parceria foi extremamente positiva e construtiva, pois pudemos entrar em contato com outras formas de nos relacionarmos com os rios. Uma nova forma de ocupação e uso dos espaços e da cidade que abarca desde a conscientização da existência de suas águas até a festa e o divertimento consciente levantados e defendidos pelo Bloco Água Preta durante o carnaval.

Mas… de onde vem o rio? Para respondermos a nossa pergunta, escolhemos iniciar nosso Rastro pela Praça das Nascentes, na Pompeia, local que abriga diversas nascentes do Riacho Água Preta e que também é alvo de ações do coletivo “Ocupe e Abrace”, formado por moradores da região que têm por objetivo recuperar a Praça e as nascentes do Água Preta que estão ali.

Na Praça, pudemos conhecer as nascentes, ver a água brotando da terra, as valetas construídas para escoamento da água, os lagos e também algumas histórias sobre a Praça e as ações que acontecem ali.

Caminhamos pelas ruas da Pompeia seguindo o curso do Água Preta, observando a presença de suas águas pelas calçadas e ruas. Chegamos nas travessas onde deixaríamos nossos rastros, espaço que conta com diversas intervenções artísticas, sendo uma delas a formação de um laguinho construído pelos moradores. E, para nossa surpresa, pudemos participar! Vimos o laguinho encher com a água cristalina do próprio Água Preta descartada por condomínios de prédios da região.

Com sprays e tintas nas mãos, começamos a deixar nossos rastros! Peixes, frases, animais… todos com o intuito de mostrarmos e garantirmos a presença do Água Preta naqueles espaços. Caminhamos pelo mesmo percurso do rio, que também é o caminho percorrido pelo bloco, deixando nossas mensagens, marcas e rastros e conhecendo novas maneiras de nos relacionarmos, bem como entendermos a importância das águas em nossa cidade.

 

Marina V. J. Moreira e Luca N. Vernalha