RASTRO GRUPO 4 VESPERTINO
“Os artistas ampliam as nossas relações de conhecimento com o mundo ao proporcionarem versões inusitadas sobre as banalidades e estranhezas do mundo”.
Cunha, Susana R. (2010, p.2)
São Paulo, dois de maio, tarde de sol, autorizações confirmadas, Roda rápida para retomar os combinados com relação à saída. Olhos ansiosos, sorrisos e, quando demos por nós, já estávamos de cintos afivelados e animadas e animados. Afinal, não é todo dia que cabe todo o Grupo dentro do mesmo transporte. “Estamos chegando?”. Risadas, palmas, vai… “time do coração!”. Olhares curiosos, mais risadas. “Minha avó mora aqui perto!”. Assistir-viver esse momento, ao lado das crianças, no mesmo banco, já é de movimentar as emoções. Nós sabíamos que estávamos indo ao encontro do inédito…
Chegamos ao Instituto Tomie Ohtake e fomos recebidas e recebidos pelo educador Emol. Fizemos uma roda no piso inferior, nos apresentamos e combinamos de nos dividir na exposição para escolher as obras preferidas. Para nossa grande surpresa e alegria, encontramos alguns quadros expostos da Frida na loja do Instituto. Contamos quantos macacos aquela obra tinha, conversamos sobre a Frida, comentamos sobre o quadro exposto na nossa sala da Estilo, que, além de macacos, tem papagaio. Em seguida, fomos à sala da exposição. Assim que entramos, avistamos a escultura “Tamba-tajá”, de Maria Martins, produção que leva o nome de uma lenda amazônica que conversamos em sala. Festejamos esse encontro!
Quando demos por nós, estávamos sentadas e sentados em frente à obra “Alucinação Parcial”, de Salvador Dalí. Percebemos que ele pintou formigas e tentamos descobrir se eram uvas ou cerejas sobre a cadeira. Contamos ao Emol que aquela torre do quadro “La Tour Eiffel”, de Robert Delaunay, ficava em Paris, na França, e ele perguntou: “Será que o artista morava na França quando desenhou este quadro ou em outro lugar?”. Criança Grupo 4: “Não! Ele sonhou esse quadro!”. Paramos um tempo ainda sobre “Léa e Maura”, de Alberto da Veiga Guignard, e nos perguntamos se as duas meninas do quadro eram irmãs, primas, tias, irmãos ou irmãs gêmeas. Percorremos as obras e brincamos nossas escolhas de preferência por essa ou aquela pintura.
Para afirmar a multiplicidade das linguagens, fomos ao Ateliê do Instituto, e ficamos tímidas e tímidos ao estar no espaço onde alguns adultos estavam trabalhando. Cobrimo-nos com papel craft para nos tornarmos invisíveis e, quando percebemos, já dentro do Ateliê, estávamos experimentando pincéis, afetadas e afetados de tinta, tocadas e tocados pela potência de criação. Pintamos e fomos sendo atravessadas e atravessados por esse momento das relações, do encontro com o grupo, do encontro com o inédito. Para as educadoras e educadores do Instituto Tomie Ohtake, também era uma novidade. Foi a primeira vez que a Educação Infantil fez parte de visita mediada, seguida de ateliê.
Finalizamos nossa tarde compartilhando um piquenique do lado de fora do Instituto… e continuamos a brincar e ocupar, observar e refletir…
Vivian Machado Lopes Lourenço, Andressa Nishiyama, Luana de Oliveira Arruda e Filippe Dotte