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OBSOLESCÊNCIA

By | Desencadeia, Estilo Lixo Zero | No Comments

Precisamos discutir isso! O que é, como surgiu e quais são os impactos em nossas vidas?

É comum ouvir de seus pais ou avós que “as coisas no passado duravam muito mais”. E essa não é apenas uma impressão das gerações mais velhas. Produtos de cem anos atrás, de fato, eram fabricados para durar por muitos anos, com itens luxuosos, como relógios e bolsas, sendo passados de geração em geração. Hoje, a durabilidade dos produtos é algo colocado em dúvida, já que, em nome da produção em massa e da redução de custos, muitas vezes, os itens são fabricados para ter uma vida útil mais curta. Esse modelo permite que mais pessoas adquiram os produtos, mas também maximiza os lucros dos fabricantes.

O termo “inovação” tem um papel central nesse processo. Muitas vezes, o que é apresentado como inovação é, na verdade, um produto intencionalmente desenhado para durar menos. Inovação não se resume a uma grande descoberta; pode ser algo simples, que melhora o uso de um objeto ou torna uma tecnologia mais acessível e prática para o cotidiano.

Um exemplo de inovação que realmente trouxe mudança é o Waze, um aplicativo que conecta usuários em tempo real, fornecendo informações sobre trânsito e rotas alternativas. Ele permite que as pessoas cheguem mais rápido a seus destinos, evitando congestionamentos.

Por outro lado, temos exemplos, como os smartphones, que se tornam obsoletos em poucos meses com o lançamento de novos modelos com câmeras ligeiramente melhores. Isso força o consumidor a trocar o aparelho inteiro, mesmo que apenas uma função tenha mudado. A propaganda impulsiona essa ideia de inovação, ao ponto de qualquer atualização ser vendida como algo revolucionário. Hoje, criamos não apenas produtos, mas um ciclo de consumo, em que tudo é feito para ser substituído rapidamente.

 

De onde veio essa ideia?

Embora o fenômeno da obsolescência seja, geralmente, associado à globalização, ele tem raízes na Grande Depressão de 1929. Durante esse período, com o mercado estagnado e a economia em colapso, as indústrias enfrentavam a necessidade de renovar a demanda. Uma estratégia adotada foi fabricar produtos que durassem menos, forçando os consumidores a comprar mais frequentemente.

Essa ideia já circulava antes da crise, como exemplificado por uma famosa frase publicada em 1928 na revista americana Printer’s Ink: “Um produto que não se desgasta é uma tragédia para os negócios”. Na prática, isso se consolidou em diferentes indústrias, como a de lâmpadas, em que grandes empresas formaram um cartel para limitar a vida útil de seus produtos, reduzindo drasticamente sua durabilidade.

Esse padrão, que foi amplamente discutido no documentário espanhol Comprar, Tirar, Comprar, tornou-se um marco na transição para uma economia em que os produtos não foram mais feitos para durar. Exemplos de longa durabilidade, como a lâmpada que brilha desde 1901 em uma estação de bombeiros na Califórnia, contrastam com o padrão atual.

Na mesma época, para impulsionar as vendas de seus veículos, Alfred Sloan, então presidente da General Motors, começou a alterar pequenos componentes sem função nos automóveis, promovendo essas modificações como “atualizações” que incentivavam novas compras. Essa prática perdura até hoje. Embora a crise econômica tenha sido superada nas décadas seguintes, essa mentalidade se uniu ao capitalismo desenfreado, resultando em um aumento na disponibilidade de produtos projetados para falhar, que passaram a ser colocados nas prateleiras.

 

Obsolescência Programada

A obsolescência programada, também chamada de planejada ou tecnológica, é a prática em que produtores deliberadamente desenvolvem, fabricam e vendem produtos de modo que se tornem obsoletos ou não funcionais em um curto período. Isso força os consumidores a substituí-los por versões mais novas, encurtando o ciclo entre a compra e o descarte.

Enquanto o consumo de produtos perecíveis, como alimentos, é constante, o de bens duráveis naturalmente deveria ser mais espaçado. Contudo, a prática da obsolescência programada interrompe essa lógica, encurtando a vida útil dos bens e incentivando a troca frequente. Como resultado, os consumidores se veem obrigados a descartar os produtos muito antes do esperado e a substituí-los por novos, que, por sua vez, também possuem uma durabilidade reduzida.

Exemplos são inúmeros: televisores de plasma, celulares, computadores, eletrodomésticos como micro-ondas, máquinas de lavar e fogões, entre outros, frequentemente se tornam inutilizáveis logo após o fim do período de garantia. Ao tentar consertar esses itens, o consumidor descobre que o custo de reparo frequentemente excede o preço de um produto novo.

O primeiro sinal de desilusão surge ainda na loja: o vendedor, embora eficiente na venda, geralmente pouco entende dos defeitos dos produtos. Caso o consumidor opte por buscar ajuda de um centro autorizado, pode descobrir que as peças necessárias estão indisponíveis e precisarão ser encomendadas de outros países, como a China. A longa espera e a incerteza quanto à chegada das peças frequentemente levam à compra de um novo produto.

Desde as indestrutíveis meias de nylon da DuPont nos anos 1930 até os telefones inteligentes, que começam a apresentar falhas inexplicáveis apenas um ano e meio após a compra, a obsolescência programada evoluiu. Provar a intenção deliberada de encurtar a vida útil de produtos, entretanto, não é simples.

Benito Muros, presidente da Fundação Energia e Inovação Sustentável Sem Obsolescência Programada (Feniss), alerta que muitos fabricantes hoje investem mais em descobrir formas de reduzir a durabilidade dos aparelhos do que em melhorias para os consumidores. Ele afirma que essa prática está presente em todos os dispositivos eletrônicos que compramos, incluindo carros. São exemplos de obsolescência programada os dispositivos cujas carcaças não dissipam adequadamente o calor, provocando falhas precoces, ou componentes como condensadores eletrolíticos, que perdem eficácia com o tempo. Outros exemplos incluem baterias não removíveis, como as dos primeiros iPhones, forçando os usuários a substituírem o aparelho inteiro, ou chips programados para desativar o sistema após determinado número de utilizações, como observado em algumas impressoras.

Outro exemplo clássico da obsolescência programada está na fabricação de itens descartáveis, como sacolas e copos plásticos, projetados para serem utilizados uma única vez antes de serem descartados, contribuindo para o aumento dos resíduos sólidos.

Alguns estudiosos diferenciam a obsolescência programada da funcional ou técnica. A programada ocorre quando mercadorias ou serviços são projetados intencionalmente para se tornarem obsoletos em um período específico. Já a obsolescência funcional ou técnica se refere a situações como:

– Quando um produto, serviço ou tecnologia mais eficiente substitui o anterior;

– Quando a vida útil é afetada pela baixa qualidade dos materiais utilizados;

– Quando um produto se torna inutilizável devido ao surgimento de novas tecnologias;

– Quando peças fundamentais de um produto não estão mais disponíveis no mercado para manutenção;

– Quando consertar um produto antigo é financeiramente inviável, sendo mais barato adquirir um novo.

 

Obsolescência percebida

A obsolescência percebida, também conhecida como psicológica ou de desejabilidade, é uma subdivisão da obsolescência programada. Ela ocorre quando um produto ou serviço, embora funcione perfeitamente, é considerado obsoleto pelo consumidor devido ao lançamento de uma nova versão com estilo diferente ou pequenas alterações na sua linha de produção. Trata-se da desvalorização prematura de um produto sob uma perspectiva emocional, ainda que ele esteja em ótimas condições de uso. Esse fenômeno é impulsionado pela publicidade e pelo design, com o objetivo de estimular o consumo.

Dessa forma, há uma clara conexão entre a obsolescência percebida e a criação de “demandas artificiais”, induzindo o consumidor a acreditar que a vida útil de seu produto expirou, mesmo que ele ainda esteja completamente funcional.

Em outras palavras, estratégias de marketing são adotadas para modificar o estilo dos produtos e, assim, induzir os consumidores a repetirem suas compras com maior frequência. Esse processo gasta o valor do produto na mente do consumidor, que passa a associar o novo ao melhor e o velho ao pior. O design, nesse contexto, assume um papel crucial, trazendo a ilusão de mudança ao alterar a aparência dos produtos. A obsolescência percebida faz com que o consumidor se sinta desconfortável ao utilizar um produto que ele considera ultrapassado.

O design desempenha uma função estratégica nesse processo, sendo uma ferramenta central na execução da obsolescência percebida. Ele está envolvido em várias etapas da criação de bens de consumo, desde o desenvolvimento do projeto até o planejamento e branding, culminando no marketing publicitário. Juntamente com a propaganda, o design desperta o desejo incessante de consumo, condicionando muitas pessoas a acreditar que a posse de bens materiais é o caminho para a felicidade.

Um exemplo claro dessa dinâmica foi o lançamento do iPad 4 pela Apple, que aconteceu poucos meses após o lançamento do iPad 3. A empresa foi processada pelo Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática por lançar uma nova versão do produto sem mudanças técnicas significativas, levando os consumidores a considerarem seus iPads 3 obsoletos e a procurarem a versão mais nova. Este não é um comportamento isolado de uma única empresa, mas uma tendência de mercado.

No setor de games, entre 2012 e 2013, diversas fabricantes lançaram consoles da 8ª geração, como o Playstation 4 (PS4) e o Wii U, sucedendo consoles que já estavam no mercado há vários anos. Com essa nova geração, muitos consumidores sentiram que seus produtos anteriores, como o Playstation 3 (PS3), haviam se tornado obsoletos. Quem migrou para o PS4, por exemplo, descobriu que não podia jogar os jogos do PS3, pois a Sony não disponibilizou retrocompatibilidade entre os dois consoles. Isso forçou os usuários a adquirirem novas versões dos jogos que já possuíam no PS3.

Os consumidores que mantiveram o console da geração anterior também foram prejudicados, já que muitos novos jogos e versões atualizadas foram lançados exclusivamente para os consoles da nova geração. Poucos títulos continuaram a ser desenvolvidos para os consoles mais antigos.

No caso da Nintendo, os usuários do Wii antigo perderam o acesso ao serviço online, pois a empresa queria que os jogadores migrassem para o novo Wii U. Embora os jogos da versão anterior ainda rodassem no novo console, a perda de acesso ao serviço online limitava a experiência, impedindo a interação entre jogadores e a realização de atualizações.

Outro exemplo clássico de obsolescência percebida está na moda, em que os consumidores são persuadidos a atualizar seus guarda-roupas de acordo com as tendências mais recentes. Saltos de sapato que num ano são finos, no ano seguinte, passam a ser grossos, apenas para inverter a tendência novamente, levando a uma constante renovação de vestuário.

Talvez o maior símbolo da obsolescência percebida atualmente seja o iPhone. Este dispositivo é tratado como um bem descartável, apesar de ter preço de bem durável. Cada novo lançamento da Apple leva muitos consumidores a sentirem que seus modelos anteriores estão ultrapassados, mesmo quando ainda estão em excelente condição de uso.

 

Lixo eletrônico

A obsolescência, ao longo do tempo, não só forçou a população a comprar cada vez mais, mas também revelou um dos mais graves impactos ambientais contemporâneos: a gestão dos resíduos decorrentes do consumo desenfreado, com destaque para o lixo eletrônico. O ciclo de comprar, usar, descartar e repetir esse processo representa uma séria ameaça ao meio ambiente, já que a constante troca de modelos resulta no descarte massivo de dispositivos eletrônicos antigos.

O descarte inadequado desses equipamentos eletrônicos provoca a contaminação do solo, da água e do ar, devido aos metais pesados e substâncias tóxicas que compõem muitos desses produtos. Isso afeta diretamente plantas, animais e seres humanos. Metais como chumbo, cádmio, cobre, bromo e níquel são comumente encontrados nos componentes eletrônicos. Quando esses materiais se acumulam no meio ambiente, podem gerar graves problemas de saúde, como feridas, câncer, doenças respiratórias e até demência.

Além do consumismo desenfreado dos países ocidentais, o número de consumidores de produtos tecnológicos aumenta a cada ano com a expansão de novas classes médias em países como China e Índia, que se somam aos padrões de consumo das nações desenvolvidas. Mais celulares, computadores e eletrodomésticos são comprados e, em pouco tempo, descartados. Essa demanda crescente resulta em maior extração de metais, recursos finitos que não podem ser repostos na mesma velocidade em que são utilizados. Quanto mais curta for a vida útil dos dispositivos, maior será o volume de resíduos gerados.

O Brasil é o maior produtor de lixo eletrônico na América Latina e ocupa a sétima posição no ranking mundial, segundo o relatório Global e-Waste Monitor de 2017. De acordo com pesquisas da ONU, o país gera cerca de 1,5 mil tonelada de lixo eletrônico por ano, um desafio ambiental cada vez maior, já que o descarte correto desse material ainda é dificultado por barreiras logísticas e falta de políticas adequadas.

Embora a responsabilidade do descarte inadequado de aparelhos eletrônicos também recaia sobre a população, mudanças significativas só ocorrerão por meio de iniciativas governamentais e ações dos fabricantes. Conceitos como a economia circular e a logística reversa estão sendo discutidos em fóruns globais, promovendo a ideia de que, ao fabricar um bem, deve-se considerar o resíduo que ele gerará e como ele poderá ser reutilizado parcial ou totalmente. As empresas também devem ser incentivadas a adotar políticas claras para recolher de volta os dispositivos usados, evitando que eles sejam descartados inadequadamente.

Uma legislação internacional mais rigorosa seria essencial para responsabilizar os fabricantes. Isso poderia incluir obrigatoriedade de estender os prazos de garantia, fabricação de produtos com peças que possam ser facilmente substituídas, incentivo ao reparo em lojas e assistência técnica, redução de impostos para empresas que adotem práticas sustentáveis e multas para aquelas que não respeitarem essas políticas.

A França destaca-se por ter a legislação mais rígida da Europa na luta contra a obsolescência programada, aprovada em 2015. Empresas que forem flagradas praticando essa política podem ser multadas em até 300 mil euros (cerca de 1,1 milhão de reais). Um exemplo disso foi a denúncia apresentada em setembro de 2017 pela associação HOP, que acusou marcas como HP, Canon e Brother de práticas que reduzem deliberadamente a vida útil de impressoras e cartuchos, com destaque especial para o caso da Epson.

 

Controvérsias

Existem correntes que defendem a prática da obsolescência programada. O principal argumento é que seria um desperdício para os fabricantes direcionarem recursos caros e escassos para a produção de produtos que durem muito além de sua utilidade. Um exemplo frequentemente citado é o dos computadores. Fabricar computadores que durassem mais de seis anos poderia ser considerado um erro, pois, além de mais caros, eles rapidamente se tornariam tecnologicamente obsoletos.

Os defensores dessa ideia afirmam que a obsolescência é programada pelos fabricantes porque os consumidores preferem o aperfeiçoamento contínuo dos produtos à manutenção de versões antigas. Eles preferem disponibilidade à longevidade, substituição à reparabilidade, e favorecem o progresso e a mudança em detrimento da durabilidade dos produtos. Esses defensores garantem que não se trata de desperdício, uma vez que os produtos estão sendo fabricados com os menores custos possíveis dentro dos processos de produção.

No entanto, se, ao lançarem novas versões ou edições de produtos, os fornecedores oferecessem meios para que aqueles já adquiridos pelos consumidores continuassem funcionando adequadamente, até que precisassem ser descartados pelo desgaste natural, ou se disponibilizassem peças de reposição para que a versão antiga mantivesse as mesmas funções da nova, os argumentos a favor da obsolescência perderiam sua força.

A responsabilidade ética das empresas, especialmente as do setor de tecnologia, envolve o desenvolvimento de produtos que possam ser facilmente desmontados e reciclados. Garantir que os consumidores tenham a opção de reparar e atualizar seus dispositivos, em vez de descartá-los prematuramente, poderia mitigar muitos dos problemas gerados pela obsolescência programada.

 

Futuros Possíveis

À medida que o debate em torno da obsolescência programada ganha força, novas perspectivas estão surgindo sobre como podemos repensar nosso consumo e a relação com os produtos. A crescente conscientização sobre os danos ambientais e sociais causados pelo descarte prematuro de bens tem levado ao desenvolvimento de alternativas que priorizam a durabilidade e a sustentabilidade.

Uma dessas alternativas é a economia circular, que propõe a criação de sistemas em que o valor dos produtos, materiais e recursos seja mantido pelo maior tempo possível, eliminando a ideia de resíduos. Nesse modelo, a reutilização, a remanufatura e a reciclagem são integradas desde a fase de design, incentivando um ciclo contínuo de uso dos materiais.

Além disso, o movimento “right to repair” (direito ao reparo), bem como o design para desmontagem, têm ganhado espaço, com defensores pressionando para que os consumidores tenham o direito de reparar seus próprios produtos ou levá-los a assistências técnicas independentes, ao invés de serem forçados a comprar novos. Diversos países estão começando a criar legislações para garantir que os fabricantes facilitem o acesso a peças de reposição e manuais de conserto.

A economia compartilhada, que tem ganhado destaque recentemente, é um fator que força o mercado a repensar seus produtos. Projetar um item para aluguel é uma abordagem bem diferente do que projetá-lo para venda, pois a durabilidade se torna uma consideração crucial nesse processo criativo. Essa nova forma de economia incentiva a possibilidade de atualizações sem a necessidade de trocar o produto por completo. Estamos nos afastando da era do consumo individual, em que cada um possui seu próprio produto, e avançando para a era dos serviços, em que as pessoas alugam e compartilham. Isso exige uma mudança na lógica de design, para que possamos criar soluções pensadas para um ciclo mais completo e sustentável. A sociedade precisa estabelecer um diálogo mais profundo com as inovações, avaliando seu impacto, considerando seus efeitos e investigando suas repercussões.

Embora ainda haja muito o que ser feito, esses movimentos sugerem que o futuro pode ser diferente. Empresas que investem em produtos duráveis, de fácil reparo e que respeitam os princípios de sustentabilidade têm o potencial de reconfigurar o mercado. Se combinarmos essas iniciativas com políticas públicas rigorosas e a conscientização dos consumidores, podemos começar a moldar um futuro em que a durabilidade, a reutilização e o respeito ao meio ambiente sejam valores centrais.

O desafio agora é transformar essa visão em realidade.

DE SOBRAS A SOLUÇÕES: A IMPORTÂNCIA DA COMPOSTAGEM

By | Desencadeia, Estilo Lixo Zero

A preocupação com a sustentabilidade é um dos pilares da Estilo, por isso, desenvolvemos ações concretas para promover a circularidade. Uma dessas ações é a destinação correta dos resíduos orgânicos que produzimos.
 
Você sabe para onde vão seus restos de alimento? Você também pode ser parte da solução!
 
Em parceria com a IBI Terra Viva, todo o lixo orgânico gerado pela escola é enviado para a compostagem e transformado em adubo de alta qualidade. Essa prática não apenas resolve o problema dos resíduos, mas também traz vários benefícios ao meio ambiente. Aqui estão os motivos pelos quais compostar é uma ação tão relevante:
 
Combate às mudanças climáticas
A compostagem reduz a emissão de gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global. O lixo orgânico, quando descartado em aterros, libera grandes quantidades de metano, um dos gases mais potentes no agravamento das mudanças climáticas.
 
Deixar de produzir gás metano
Nos aterros sanitários, o lixo orgânico apodrece na ausência de oxigênio, o que gera metano. A compostagem é um processo aeróbio (com presença de oxigênio) que evita a produção desse gás, oferecendo uma solução sustentável e segura.
 
Produzir adubo de qualidade: Terra Viva
Graças à parceria com a IBI Terra Viva, o lixo orgânico que geramos se transforma em adubo de qualidade superior. Esse adubo é rico em nutrientes, favorecendo a agricultura e reduzindo a necessidade do uso de fertilizantes químicos, que podem prejudicar o solo e as águas subterrâneas.
 
Menos transporte de resíduos a longa distância
Ao compostar localmente, diminuímos a necessidade de transportar grandes volumes de resíduos para aterros sanitários, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e a emissão de poluentes.
 
Aumentar a vida útil dos aterros
A sobrecarga dos aterros sanitários é um problema crescente. Ao destinar o lixo orgânico para a compostagem, contribuímos para aumentar a vida útil desses locais, que não são infinitos.
 
Evitar a contaminação dos solos e das águas
A decomposição do lixo orgânico em aterros pode liberar lixiviados tóxicos, que contaminam solos e corpos d’água. A compostagem é uma alternativa limpa, que evita esse tipo de contaminação.
 
Economizar recursos
A compostagem também é vantajosa do ponto de vista econômico. Ela reduz custos com transporte de resíduos e com o tratamento de lixiviados nos aterros, além de proporcionar o reaproveitamento dos nutrientes presentes no lixo orgânico.
 
Diminuir nossa pegada de carbono
Ao adotar a compostagem, diminuímos significativamente nossa pegada de carbono, contribuindo para um planeta mais saudável e habitável para as próximas gerações.
 
Cumprir a Lei de Resíduos Sólidos
A compostagem também é uma forma de cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que incentiva a destinação correta dos resíduos, a redução do desperdício e a reciclagem, promovendo a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
 

Parceria com as famílias

Incentivamos também as famílias da Estilo a participar do programa em suas casas e contribuir com a compostagem dos resíduos gerados por elas.
 

Relatório anual

A IBI Terra Viva nos enviou um relatório anual que celebra os resultados alcançados em nossa comunidade. Em 2024, coletamos 13.440 kg de resíduos orgânicos na escola, evitando que fossem destinados aos aterros sanitários e contribuindo para a redução de 10.348,8 kg de CO₂ equivalente. Esse impacto destaca a importância do engajamento coletivo e reforça como a compostagem pode transformar o descarte de resíduos em uma prática positiva e responsável. O documento destaca o impacto positivo dessas práticas na redução de resíduos enviados para aterros e no fortalecimento da conscientização ambiental em nossa comunidade. Para acessar o relatório completo e conhecer os detalhes, clique aqui.
 
Com essas ações, a Estilo não só contribui para um meio ambiente mais limpo e saudável, mas também inspira crianças, famílias e a comunidade a adotarem práticas mais sustentáveis. Juntos, podemos fazer a diferença!

O COMPROMISSO DA ESTILO COM A CIRCULARIDADE

By | Desencadeia, Estilo Lixo Zero

A importância das ações que provem a circularidade

Desde a implementação da Lei de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o envio de resíduos para aterros sanitários deve ser reservado exclusivamente para os rejeitos (qualquer material que não foi reciclado e não tem mais utilidade, sendo, muitas vezes, prejudicial ao meio ambiente). Mesmo que um aterro sanitário seja muito bem gerido e não apresente riscos de contaminação do solo, lençol freático ou ar, a presença de materiais recicláveis ou orgânicos nesses espaços representa uma grande perda. Isso porque, ao enterrarmos esses materiais, estamos literalmente enterrando riqueza — recursos valiosos que poderiam ser reutilizados e reintegrados ao ciclo produtivo, reduzindo a necessidade de extrair novas matérias-primas da natureza.
 
A Estilo desenvolve ações para promover a circularidade com a destinação correta dos resíduos que produzimos. Em parceria com a IBI Terra Viva, todo o lixo orgânico gerado dentro da escola é enviado para a compostagem e transformado em adubo. Incentivamos também as famílias da Estilo a participar do programa em suas casas e contribuir com a compostagem dos resíduos gerados por elas.
 
Já os resíduos recicláveis são encaminhados para a cooperativa de catadores YouGreen, garantindo que esses materiais sejam devidamente reciclados. Dessa forma, conseguimos fechar o ciclo de grande parte do que é produzido na escola, destinando corretamente os resíduos e promovendo um ambiente mais sustentável.
 
No entanto, estamos sempre em busca de ações que ajudem a diminuir o impacto negativo que nós, como escola, podemos imprimir no meio ambiente. Vejam algumas delas:

  • Currículo da Estilo: nosso currículo é composto por temas trabalhados de forma transversal, envolvendo clima e vegetação, mobilidade, planejamento urbano, solo, energia, lixo, florestas e desertos, dentre outros. Assim, juntamente com o trabalho dos ODS em sala de aula, buscamos não apenas sensibilizar nossas crianças sobre os desafios que o mundo enfrenta, mas também capacitá-las a serem parte das soluções, desenvolvendo um senso de protagonismo e compromisso com um futuro mais justo e sustentável.
  • Pontos de coleta de esponjas sintéticas, meias, instrumentos de escrita (lápis, borracha, apontador etc.), pilhas e baterias: destinamos um espaço para recebimento destes itens trazidos por toda a comunidade da Estilo (estudantes, famílias e funcionários) e os encaminhamos para um destino específico para serem reciclados ou transformados em outros materiais. 
  • Seleção criteriosa dos materiais escolares utilizados nas atividades com as crianças: procuramos evitar a compra de materiais que sejam prejudiciais ao meio ambiente, visando substituí-los por alternativas sustentáveis, como o aproveitamento de materiais recicláveis do nosso Reinventário ou até repensando a própria atividade.
  • Festas da Estilo: as festas realizadas pela escola com a comunidade e funcionários (como festa junina, carnaval e confraternizações) são pensadas de forma a produzir a menor quantidade de lixo possível, como a substituição de descartáveis por retornáveis, latas ao invés de garrafas pet, coleta dos resíduos orgânicos, incentivo de alimentos preparados em casa.
  • Caminho Compartilhado: incentivamos as famílias a trocarem caronas para levarem e buscarem as crianças na escola por meio do movimento “Caminho Compartilhado”, com a intenção de diminuir o fluxo de automóveis na cidade, gerando menos liberação de CO2 e trânsito.
  • Rastros: são saídas pedagógicas que oferecem a oportunidade de estabelecermos novas relações com o espaço público, intervindo, habitando e criando intimidade com São Paulo a partir de diferentes olhares, além de provocar nos estudantes uma reflexão crítica sobre a forma como nos relacionamos com o meio ambiente e como nossas ações estão diretamente ligadas com as esferas sociais e econômicas também.
  • Produtos de limpeza: na Estilo, os produtos de limpeza utilizados são biodegradáveis, evitando, assim, danos ao meio ambiente.
  • Pequenas (mas grandes) ações: aquelas que parecem pequenas, mas fazem muita diferença para diminuirmos o impacto no meio ambiente, como retirada dos sacos de lixo das lixeiras dos banheiros e salas de aula, substituição de sacos plásticos descartáveis nas mochilas dos estudantes por sacos impermeáveis e retornáveis, incentivo à troca de uniformes entre as famílias, utilização de materiais mais sustentáveis na produção dos nossos materiais didáticos.

SUSTENTABILIDADE EM AÇÃO

By | Desencadeia, Estilo Lixo Zero

Como equilibrar o presente e garantir o futuro

Sustentabilidade é mais do que uma palavra da moda; é um conceito central definido no documento “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como Relatório Brundtland, apresentado em 1987. Esse relatório introduziu a ideia de desenvolvimento, que “atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”. Assim, garantir que as gerações futuras tenham os recursos necessários para prosperar depende de equilibrar o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental e o bem-estar social, assegurando que utilizemos nossos recursos de forma responsável e renovável.
 
Os três pilares da sustentabilidade:

  1. Social: este pilar foca no bem-estar das pessoas, promovendo justiça social, igualdade e acesso a recursos básicos como educação, saúde e moradia. Ele busca criar comunidades mais justas e resilientes, onde todos têm a oportunidade de prosperar.
  1. Ambiental: envolve a preservação dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente. O objetivo é garantir que nossos ecossistemas continuem a sustentar a vida na Terra, conservando a biodiversidade e minimizando impactos negativos, como poluição e desmatamento.
  1. Econômico: refere-se ao desenvolvimento econômico que não comprometa o meio ambiente nem a justiça social. Isso significa criar uma economia que seja ao mesmo tempo eficiente e justa, em que os recursos são usados de maneira sustentável para garantir o bem-estar das futuras gerações.

Compreender a sustentabilidade é vital para enfrentar os desafios globais, como mudanças climáticas, escassez de recursos e desigualdades sociais. Ao adotarmos práticas sustentáveis, podemos tomar decisões mais conscientes, seja no âmbito pessoal, como o consumo responsável, ou no coletivo, como a promoção de políticas públicas voltadas para energias renováveis, agricultura sustentável e gestão de resíduos.
 
Educar para a sustentabilidade
 
A educação tem papel fundamental nesse processo de transformação, mostrando que nossas ações diárias, por mais simples que sejam, têm um impacto profundo no meio ambiente e na sociedade. Reconhecer esse impacto nos incentiva a adotar hábitos que minimizem nossa pegada ecológica, como reduzir o desperdício, reutilizar materiais e reciclar. Nesse contexto, os 7Rs — Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reparar, Reciclar e Reintegrar — oferecem um guia prático para adotar um estilo de vida mais consciente e sustentável:
 
Repensar envolve avaliar nossos hábitos de consumo, questionando a necessidade e a sustentabilidade das nossas escolhas.
Recusar significa dizer “não” a produtos e práticas insustentáveis, evitando itens descartáveis e embalagens excessivas.
Reduzir consiste em diminuir o uso de recursos, energia e produtos, focando no essencial e adotando um estilo de vida mais minimalista.
Reutilizar incentiva o aproveitamento máximo dos materiais, dando-lhes novas funções e prolongando sua vida útil.
Reparar é consertar itens danificados em vez de descartá-los, economizando recursos e evitando o desperdício.
Reciclar envolve separar e encaminhar corretamente os resíduos para a reciclagem, transformando materiais descartados em novos produtos.
Reintegrar significa devolver à natureza materiais biodegradáveis ou compostáveis, permitindo que sejam reintegrados ao ciclo natural de decomposição.
 

Falar sobre sustentabilidade é essencial, é com esse pensamento que podemos enfrentar os desafios globais e construir um futuro em que o equilíbrio entre o meio ambiente, a economia e a sociedade sejam possíveis para nós e para as próximas gerações.

Vai, mundo!

OS ODS EM SALA DE AULA

By | Desencadeia, Estilo Lixo Zero

Na Estilo, acreditamos que a educação vai além do simples ensino de conteúdos; ela deve preparar as crianças para serem cidadãs conscientes e ativas no mundo em que vivem. Por isso, integramos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas nossas práticas pedagógicas, trazendo para a sala de aula questões globais urgentes e relevantes. Com essa abordagem, buscamos não apenas sensibilizar nossas crianças sobre os desafios que o mundo enfrenta, mas também capacitá-las a serem parte das soluções, desenvolvendo um senso de responsabilidade e compromisso com um futuro mais justo e sustentável.

Os ODS são um grande plano de ação, e convidar as crianças a fazerem parte dele é essencial, pois é uma grande oportunidade de transformá-las em agentes ativos na construção de um futuro mais sustentável. Ao entrarem em contato com os ODS e suas metas, elas não apenas aprendem sobre os desafios globais, mas também desenvolvem habilidades críticas, como a capacidade de identificar problemas e propor soluções práticas. Isso as capacita a agirem de forma consciente e a tomarem decisões que impactem positivamente suas comunidades e o mundo ao seu redor.

A Agenda 2030 permite aproximar as crianças dos problemas globais, ao mesmo tempo em que entrega um mapa de caminhos e soluções, tornando-a uma abordagem poderosa. Isso evita que elas se sintam sobrecarregadas ou impotentes diante das (muitas!) dificuldades que o mundo enfrenta. Ao invés disso, os ODS oferecem uma estrutura clara que não apenas define os desafios, mas também aponta direções possíveis para enfrentá-los. Esse equilíbrio entre conscientização e ação permite que as crianças desenvolvam um senso de responsabilidade e otimismo, percebendo que, embora os problemas sejam reais, as soluções estão ao seu alcance e podem ser construídas coletivamente.

O objetivo não é que as crianças estudem os ODS, mas conectá-los com o dia a dia delas para que o aprendizado seja relevante e significativo. Quando traçamos paralelos entre o currículo escolar e o mundo real, os conteúdos deixam de ser abstrações distantes e passam a ter um valor prático e imediato. As crianças começam a perceber como os conceitos que aprendem em sala de aula se aplicam diretamente às suas vidas e ao mundo ao seu redor. Isso não apenas aumenta o engajamento e o interesse pelo estudo, mas também incentiva uma compreensão mais profunda e duradoura, pois elas veem a utilidade e o impacto do que estão aprendendo na construção de um futuro melhor.

Exercitar constantemente a habilidade de fazer conexão permite que as crianças compreendam o mundo de forma holística e interligada. Os ODS incentivam essa prática ao mostrar que os desafios globais não existem isoladamente, mas estão interconectados. Ao fazer essas conexões, as crianças desenvolvem uma visão mais complexa e integrada do mundo, entendendo que as ações em uma área podem ter impactos em outras. Essa perspectiva sistêmica não apenas amplia sua compreensão, mas também permite que se sintam parte desse grande ecossistema global. Ao perceberem que estão integradas a essa rede de interdependência, as crianças ganham um senso de pertencimento e responsabilidade, reconhecendo seu papel essencial na construção de um futuro sustentável.

Vai, mundo!

O MUNDO NÃO SERÁ MAIS O MESMO

By | Desencadeia

O mundo não será mais o mesmo.
Nós já não somos os mesmos.
E a Estilo acha isso lindo!
A revolução já começou! Aqui dentro e aí fora. Vamos fazer acontecer? Bora?

“Agora, a melhor forma de prever o futuro é criá-lo!”
Peter Drucker

A Estilo vem falando nisso há algum tempo.

A revolução sempre foi a nossa energia. A nossa premissa. Talvez pelo fato da Estilo ter esse sangue jovem nas veias, desde a sua criação – lembremos que Marcelo, Marcelle e Gabi, quando começaram a escola, tinham 20 e poucos completos e carregavam algo de inventivo, potente, dotado daquela vontade de mudança, de se fazer presente no futuro, que é peculiar à juventude. Não essa juventude que deixamos para trás, mas, como com a infância, a juventude que ainda está em nós. Infância e juventude como condição de vida presente, para sempre!

A Estilo nasceu desse sonho, dessa vontade de fazer algo diferente. Aqui, nesse caso, na educação. Então, já não seria uma escola nos alicerces de quem responde a tudo (nosso espírito sempre foi questionador, daquele que sempre pergunta, como as crianças), já não seria uma escola que usa a própria pedagogia como base: basta ver os nossos referenciais, todos na filosofia, inclusive, questionadores do próprio sentido da escola. Basta ver como geografia, comunicação, estética e ética circulam por aqui. Escola de verdade. Sem medo de falar a verdade. Sem medo de se mostrar imperfeita. Humana.

Lá, em 2003, quando começamos, pensávamos em futuros desejáveis fazendo um presente real. Sem blábláblá. Quem passou por aqui sabe bem. Quem atravessou a Estilo e seus personagens sabe que, nos erros e acertos, sempre tentamos fazer o melhor. Honestos com os nossos limites. E tudo isso é revolucionário! Sim, o simples, a vontade do coletivo é revolucionário na medida em que vivemos num mundo de isolamentos: de pensamentos, de posicionamentos, de opiniões, de normatizações. A revolução está na arte de se conectar. De encontrar formas de vivermos num mundo onde tudo pode caber, basta colaborar.

Sim, quem faz parte da nossa história nos viu falando em empatia, relacionamento, diversidade, gênero, etnia, multiplicidade, diferença, assujeitamento, jogos de poder, identidade, muito antes desses assuntos tomarem conta das redes sociais ou do cotidiano e pautas político-pedagógicas.

Nunca nos afastamos das discussões necessárias para nos transformarmos com os movimentos essenciais para o surgimento de um mundo atento com os propósitos da educação. Sempre demos a cara para bater, antecipando posicionamentos e ideias. Jamais abandonando a maturidade que se adquire com o tempo e jamais ferindo os tempos das pessoas.

Queremos transformar. Queremos olhar o mundo em diferentes ângulos. Em todos os ângulo possíveis. E queremos que todos e todas possam ver o que veremos também. Queremos propagar essa ideia. Queremos contaminar com essas ideias não só nossas estudantes e nossos estudantes, mas a comunidade toda! A escola é um mundo. O mundo pode ser a nossa escola! A Estilo sonha com isso!

Ao nos posicionarmos criticamente sobre os lugares comuns, antecipamo-nos num futuro desejável, tornando as mudanças mais amenas.

Não é de hoje que palavras como respeito, colaboração, empatia, compartilhamento, cocriação, generosidade ocupam as narrativas daqueles e daquelas que aqui estão. Seja por meio de ações, de pequenas atitudes do dia a dia, nos bilhetes, nos textos e, principalmente, no nosso batente da porta.

O Desencadeia nasce como um espaço que possibilita colocar em prática nosso discurso de maneira real.

O Desencadeia reúne pessoas que estão preocupadas com o cenário atual (social, cultural, ambiental, econômico, educacional…), que estão em contato com futuros possíveis e desejáveis, que estão estudando, pesquisando alternativas para convivermos de maneira mais justa e equilibrada.

Quatro pilares sustentam os debates e aprofundam as ações do Desencadeia: EU  I   EU PARA O OUTRO  I  EU COM O OUTRO  I  NÓS PARA O PLANETA.

Já é claro que os modelos atuais de organização social, de relação com o trabalho, de ocupação dos espaços, de relacionamento entre pessoas estão com os dias contados e não conseguiram resolver, até agora, os nossos dilemas. Vivemos uma crise de valores. É claro que essa sociedade, baseada na ganância, na escassez e na competição, não tem futuro para ninguém. Arriscaríamos dizer que, mesmos aqueles poucos que lucravam, de alguma forma, com essa dinâmica, estão em choque, amedrontados com suas prioridades. A fragilidade desse modelo de sociedade ficou muito clara agora, finalmente, junto com a urgência de novos modelos.

A expansão e acessibilidade da tecnologia vem proporcionando formas interessantes de encontros, de trocas de ideias, de trabalho, de ensino, de comunicação, de acesso à arte etc. Até “ontem”, discutíamos o comportamento das diferentes gerações (Boomers, X, Y, Z, Alpha), mas, a partir de hoje, pertenceremos, todos, à geração G – da generosidade.

Dito isso, é hora de colocar a mão na massa. De arrancar do coração toda a coragem em forma de generosidade para nos fazermos presentes para o mundo e para as pessoas. G, aqui para nós, é conexão, colaboração, eu, o outro, o mundo. Encurtaremos as distâncias temporais, os impedimentos sociais, as amarras indentitárias para fazer nascer o diferente, o possível, o necessário.

Estilo e Desencadeia encabeçam esse projeto, nascido de cada história e disseminado pela generosidade de cada pessoa contaminada pela vontade de mudar, de transformar, de viver num mundo diferente, de entregar um mundo justo, solidário e real às crianças que nos atravessam.

Vai, mundo!

CRADLE TO CRADLE

By | Desencadeia, Estilo Lixo Zero

Somos consumidores e não poderemos deixar de ser para sobreviver. Estamos rodeados de produtos que tornam nossa vida mais agradável e conveniente.  O que implica em produção em massa, já que vivemos em um mundo com quase 8 bilhões de pessoas. Para produzir todos esses produtos, precisamos de recursos.
 
Durante muitos anos, usamos esses recursos sem pensar em reutilizá-los, o que nos levou a dois grandes problemas: a escassez de matérias-primas e o lixo.
 
Para lidar com esses problemas, temos hoje duas estratégias:

  1. Minimizar – usar menos materiais, consumir menos energia com o uso de tecnologias e, assim, reduzir a emissão de carbono, o que só adia o momento em que os recursos se esgotarão. Reutilizar, reduzir, reciclar – um bom começo, mas apenas “menos maus”.
  2. Repensar a forma como fazemos as coisas e usar os recursos efetivamente. Deixamos de ser “menos maus” para sermos “100% bons”, em uma visão em que resíduo = alimento.

Em oposição ao processo linear de extração, produção e descarte (do berço ao túmulo), em que os produtos são criados com o seu tempo de vida pré-determinado e não existe o reaproveitamento total da peça, o arquiteto americano William McDonough e o engenheiro químico alemão Michael Braungart desenvolveram o conceito Cradle to Cradle, ou C2C – em português, “do berço ao berço”, que inspira a inovação.
 
Enquanto um bom começo é reduzir o consumo, estimular a reciclagem e minimizar a quantidade de energia utilizada na vida de um produto, C2C se baseia em manter todos os materiais em ciclos contínuos, estimular o uso exclusivo de energia renovável (o que significa usar infinitamente) e celebrar a diversidade que existe na natureza (a natureza deve ser nosso maior exemplo, pois fauna e flora se adaptam a situações locais e fazem uso dos recursos locais), o que requer uma nova abordagem de design.

Sustentabilidade é um termo ultrapassado

Michael Braungart diz que “sustentabilidade é um termo ultrapassado”, pois, quando falamos sobre sustentabilidade, de questões ambientais e sociais, falamos muito sobre mitigar os impactos, reduzir os danos que temos feito ao planeta e às pessoas. Mas, quando ele propõe uma nova forma de economia, uma abordagem circular para esse sistema linear, quer dizer que, no lugar de reduzir impactos, podemos passar a criar impactos positivos, tanto nas pessoas, quanto no meio ambiente, por meio dos nossos negócios. Ele propõe um olhar para a abundância, abundância da criatividade humana, abundância dos recursos naturais renováveis, da produção por meio de energias limpas, para que o homem possa deixar uma pegada benéfica, uma boa história para ser contada às próximas gerações.
 
O design de um produto deve ser pensado para otimizar sua funcionalidade, beleza, qualidade e atender à necessidade do cliente, mas, além disso, deve ser projetado para ser desmontado e para que suas partes sejam feitas com materiais que são valiosos para a natureza ou como fonte para a produção de novos produtos. Assim, os resíduos deixam de existir. Ao invés de se pensar em termos de gestão ou redução de resíduos, elimina-se a própria ideia de lixo. Cada parte é projetada com a intenção de trazê-lo de volta ao que chamam de ciclo técnico ou ao biológico.
 

  • O ciclo tecnológico propõe que os produtos sejam desenhados já com a possibilidade de serem reaproveitados em algum momento para um novo ciclo, produto ou uma nova indústria, ou que sejam reciclados no final, para que possamos deixar de usar a ideia de lixo, descartar esses produtos e conseguir sempre reinserir o que seria descarte em novos ciclos de produção, da mesma indústria ou de outras indústrias. Os materiais otimizados para o ciclo técnico são denominados nutrientes técnicos e utilizados de modo que circulem em ciclos industriais fechados – especialmente aqueles que não são produzidos de forma contínua pela biosfera (não-renováveis), como metais ou plásticos.
  • Já no ciclo biológico, necessariamente, o que foi desenhado deve se biodegradar no final e virar nutriente para a terra e para o solo. Os materiais otimizados para o ciclo biológico são biodegradáveis ou obtidos a partir de matéria vegetal, e retornam seu valor como nutrientes biológicos de forma segura e positiva para os ecossistemas que vêm a alimentar.

 
Esses dois ciclos também podem se fundir: o que nasceu em um ciclo técnico pode se biodegradar em algum dia, e o que nasceu em um ciclo biológico pode servir de nutriente, sendo reaproveitado ou reciclado em novos ciclos, dentro do ciclo técnico.
 
A partir dessa divisão, temos dois tipos de produtos: os produtos de consumo e os produtos de serviço. Os de consumo devem ser feitos com nutrientes biológicos, que, por sua natureza, podem ser descartados de forma a enriquecer a biosfera ao invés de contaminá-la. Já os produtos de serviço devem ser feitos com nutrientes técnicos e projetados desde o início para o reuso. Produtos de consumo são os que geralmente não duram muito em casa, são fabricados com a ideia de que sejam consumidos em um curto período de tempo, como os produtos de limpeza e de higiene. São considerados produtos de serviço os que seu valor não está no produto em si, mas no serviço que ele proporciona, como transporte, telecomunicações e entretenimento.
 
Designers, indústrias!! Convocamos todos a ficarem comprometidos a esse conceito!!

Vai, mundo!

OS DESIGNERS PODEM MUDAR O MUNDO

By | Desencadeia

Vivemos em um mundo em transição onde a criatividade nunca foi tão importante, a economia global está abalada e novos conceitos e tecnologias desafiam os modelos de negócio padrão. O design, por sua vez, torna-se uma ferramenta essencial para a construção de futuros mais sustentáveis por meio de uma abordagem holística, circular e inovadora.
 
“Qual é o futuro em que queremos viver? Quais são os produtos e serviços que caberão dentro desses novos contextos e cenários que projetaremos?”. Essa é a pergunta norteadora que um designer deve se fazer para a implementação de produtos e sistemas sustentáveis.
 
Antes de mais nada, temos de desmistificar a profissão e passar a considerar “designer” qualquer pessoa que projete um produto, serviço ou uma experiência! Dentro desse contexto, o papel do designer vai muito além de desenhar. Ele tem o papel fundamental de redesenhar processos, sistemas e serviços que moldarão os produtos para um futuro mais sustentável, saudável e justo para todos.

O lixo é um erro de design

Segundo o arquiteto dinamarquês Nille Juul-Sørensen, antigo CEO do Danish Design Centre em Copenhague e atual Diretor de Arquitetura na Arup em Londres, o designer sustentável deve cuidar dos nossos recursos para que toda a população do planeta Terra possa viver em equilíbrio com a natureza e com a tecnologia que nos cercará.
 
O designer norte-americano Brian Dougherty, em seu livro Design Gráfico Sustentável (título original: Green Graphic Design), defende que o papel desse novo designer vai muito além da escolha de materiais. Ele deve ser um agente de mudanças e um criador de mensagens, comportando-se como um ativista.
 
O designer sustentável deve passar a ter um olhar crítico e questionador diante dos sistemas de produção e consumo atuais. Para que isso tenha um efeito responsivo, outros setores precisam entender essa responsabilidade e dar maior participação aos designers nas tomadas de decisões e permitir que ocupem uma posição ao lado das lideranças de empresas e organizações privadas, de terceiro setor ou mesmo governamentais.
 
Eloisa Artuso, diretora educacional do Fashion Revolution Brasil e professora de Design Sustentável na Escola São Paulo, acredita que o designer, para ser sustentável, deva exercer os seguintes posicionamentos:

  • Ativista;
  • Agente de mudança;
  • Criador de mensagens;
  • Crucial para a implementação de novas estratégias e processos;
  • Olhar a sustentabilidade como possibilidade criativa e não limitadora;
  • Manter um olhar sistêmico: finalidades, barreiras, novas possibilidades e oportunidades;
  • Desenhar o futuro.

 
Uma nova economia está surgindo, mais colaborativa, criativa e sustentável. Nesse momento de transformação, é importante entender e pensar as cadeias produtivas, o desenvolvimento e a criação de novas habilidades como parte do dia a dia de qualquer profissional. Mesmo quem não trabalha na área da economia criativa está sendo impactado pelo olhar dos novos designers, que estão, mais do que nunca, numa posição central dentro desse processo de inovação.


O Desencadeia está sempre em busca de pessoas e marcas em que esses novos designers estão atuando e transformando o mundo!
Nosso papel, entre outros, é apresentar esses novos negócios e fazer uma ponte entre eles e quem esteja disposto a consumi-los.
Queremos discutir com modelos antigos e auxiliá-los na transformação para que possam se adequar a um futuro possível.
Entendemos a resistência inicial ao “novo”, mas acreditamos que o hábito é a melhor forma de tornar natural um novo estilo de vida!

O FUTURO ESTÁ NA CONSCIÊNCIA

By | Desencadeia

Nessa época do ano, em muitos lugares do mundo, como aqui no Brasil, passamos por um período em que o consumo chega a níveis extremos, a ponto de se medir a economia pelo volume de vendas comparando-o a anos anteriores. E comemorar o resultado, sempre que positivo 🙁

A publicidade e as marcas já, há muito tempo, conseguiram deixar para trás o verdadeiro sentido da proposta das datas comemorativas e substituí-lo por algo simplesmente comercial. Isso acontece em diversos outros momentos como dias dos pais, das mães, das crianças, dia dos namorados. Nem entraremos no estrago que faz a Black Friday, né? Vale um post só para esse dia!

O que fazer além de compras nessa época?

Estar presente, cuidar do próximo, agradecer, mandar uma mensagem podem ser mais significativos e verdadeiros do que comprar algo e entregar à pessoa. E, se achar que seja mesmo necessário presentear, mantenha relações sustentáveis, presenteie com algo seu, que lhe tem valor, faça você mesmo, e sempre prefira negócios locais, com produções responsáveis e éticas! Ah! Dá para ser criativo também no embrulho!! Não precisamos de embalagem em cima de embalagem! #NatalSemLixo
 
Nós, como consumidores, temos um grande poder em mãos na hora de comprar um produto. Podemos exigir de empresas que garantam relações justas de trabalho, respeitem a saúde humana e animal e o meio ambiente, sendo consumidores conscientes!
 
O consumidor consciente reflete sobre os seus hábitos de consumo e está atento à real necessidade do que consome. Busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade, maximizando as consequências positivas e minimizando as negativas de suas escolhas de consumo. A pergunta “Preciso realmente comprar isso?” está presente no seu dia a dia e é decisiva para evitar o consumo imediatista, que busca apenas a satisfação rápida.
 
Podemos praticar o consumo consciente por meio de gestos simples no dia a dia, como definir as características que precisamos no produto, escolher o fabricante considerando sua responsabilidade socioambiental na produção, fazer um uso otimizado do produto para que ele tenha uma vida útil mais longa e, por fim, definir uma forma de descarte adequada. Considerar o preço deve ser uma questão secundária.
 
É preciso também que o consumidor consciente cobre, enquanto cidadão, governos e marcas a fortalecerem leis que regulamentem os processos de produção e as substâncias permitidas nos itens de uso diário.

Situação do consumo mundial

Cerca de somente 20% da população mundial concentra o consumo de 80% de todos os produtos e serviços do planeta, segundo o Instituto Akatu, que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o tema. E, a cada ano, entram mais de 150 milhões de novos consumidores no mercado. Nos próximos 20 anos, estima-se que teremos três bilhões de pessoas desperdiçando alimentos, usando mais água no banho e comprando mais produtos em lojas físicas e virtuais…
 
As mudanças climáticas ou a questão dos lixões que se acumulam pelo mundo são as consequências desse modelo desastroso e mostram que temos de agir e mudar nossos hábitos de consumo. A obsolescência programada e o empenho da publicidade são o oposto do consumo consciente, por isso, devemos tomar muito cuidado para não cair nessas armadilhas.

Dia do Consumo Consciente no Brasil

No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente criou, em 2009, o Dia do Consumo Consciente, que acontece em 15 de outubro. O objetivo é despertar a consciência dos cidadãos para os problemas sociais, econômicos, ambientais e políticos resultantes dos padrões de produção e consumo insustentáveis praticados atualmente. Busca também alertar para o fato de que um produto ou serviço deve minimizar o uso de recursos naturais, materiais tóxicos, diminuir a emissão de poluentes e a geração de resíduos.

Consumidor consciente na prática

Antes de comprar, faça a si mesmo as 6 perguntas do consumo consciente:
Por que comprar?
O que comprar?
Como comprar?
De quem comprar?
Como usar?
Como descartar?

Assista!

Como inspiração, assistam ao vídeo “A história da mudança”, da série Story of Stuff, criada por Annie Leonard.

Vale também assistir ao documentário “Minimalismo”, de Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, em que pessoas que acreditam que bens materiais não trazem felicidade são entrevistadas e aborda a questão: menos é mais? Disponível na Netflix

 

O consumo consciente é um estilo de vida que garante a sustentabilidade da vida no planeta, em que o consumidor torna-se um agente transformador da sociedade por meio do seu ato de consumo e a ideia do supérfluo passa a ser coisa do passado.
 
Pratique o consumo consciente em pequenas e grandes compras, no supermercado, na farmácia, nas lojas de roupa e de tecnologia, na internet. Temos de ter consciência de que o produto que temos em mãos é de nossa responsabilidade. Temos de pensar bem como o usaremos, como podemos aumentar sua vida útil e como o descartaremos, se for o caso.
 
Pequenos gestos praticados por um número muito grande de pessoas geram grandes transformações!
Vai, mundo!

UM CAFEZINHO QUENTINHO, POR FAVOR?

By | Desencadeia

“A economia circular consiste na criação de processos que permitam o reaproveitamento não só dos produtos, como dos insumos agregados à produção. É preciso acabar com o que chamamos de lixo, considerando todo material inserido em nossa sociedade como recurso útil e reutilizável.”
Mônica Messenberg, diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Esse modelo linear de produção que estamos acostumados, em que se extrai, utiliza e descarta, que gera desperdício e desgaste do planeta, tem um limite e está com os dias contatos, conforme contamos em um post anterior. Ao unificar as pontas da cadeia de geração e consumo, a economia circular tem a capacidade de transformar toda a economia, com impactos positivos para o meio ambiente e a sociedade como um todo.
Assim como canudos, copos e outras coisas descartáveis, as cápsulas de café entraram na lista de uso diário de muita gente. Porém, parece que ninguém pensa:

para onde todas essas cápsulas descartadas vão?

Além do uso de matérias-primas, as cápsulas de café são recicláveis na teoria, mas, na prática, é trabalhoso demais e não vale a pena o investimento. As cápsulas descartáveis são feitas de plástico, alumínio e um tipo de material orgânico. A reciclagem exige a separação desses materiais, sem falar que, no Brasil, apenas 3% do lixo reciclável é realmente reciclado.
Os problemas pareciam estar sendo resolvidos quando a Nespresso se colocou como pioneira em café em porções individuais da mais alta qualidade sustentável. Por meio do compromisso The Positive Cup™, a Nespresso atua na gestão sustentável do café, do alumínio e em práticas relacionadas ao clima com metas globais até 2020.
A marca conta com um Centro de Reciclagem, instalado na Grande São Paulo e que se dedica a reciclar as cápsulas de alumínio típicas do produto. A reciclagem, que teve início em 2011, tem investimentos da ordem de R$ 5 milhões anuais e, atualmente, recebe 22% de todas as cápsulas comercializadas. Após a reciclagem, as cápsulas se tornam latas de bebidas, bicicletas, além de novas cápsulas.
“Nossas ações focam em dar mais transparência ao nosso trabalho e à importância da destinação correta do alumínio, material infinitamente reciclável, e do pó de café, que se transforma em adubo”, explica Cláudia Leite, gerente de Criação de Valor Compartilhado e Comunicação Corporativa da Nespresso no Brasil.
Todas as informações sobre a Nespresso e o compromisso com sustentabilidade podem ser encontradas no site www.nespresso.com.

O alumínio, queridinho da reciclagem, requer até 95% menos energia no processo, além de manter suas propriedades inerentes, independente de quantas vezes seja reciclado.
O problema é que a empresa conta com pouquíssimos pontos de coleta de cápsulas no país, apenas em alguns estados, dificultando até para as pessoas que têm interesse em fazer essa devolução.
Além disso, as cápsulas da Nespresso, parte da multinacional suíça Nestlé, são as únicas realmente produzidas com 100% alumínio. A multinacional conta com as cápsulas de três camadas em suas outras linhas, que só são recicláveis na teoria, como a Nescafé Dolce Gusto. E, depois da queda da patente de exclusividade de produção de cápsulas para máquinas da Nespresso, surgiu uma leva de concorrentes que utilizam plástico na composição e podem ser usadas nas máquinas da marca.
Dessa forma, continua garantida a extração de papel, plástico e alumínio insana para produção e embalagem, além de milhares de cápsulas que vão parar em aterros sanitários e lixões, contribuindo com a emissão de CO2 e gás metano durante o apodrecimento das cápsulas a céu aberto.

Uma campanha da internet chamada #KillTheKCup mostra os danos causados pela produção e descarte dessas cápsulas e convoca as pessoas a entrarem nesse movimento.
Os vídeos são bem sensacionalistas e meio cômicos (infelizmente, não traduzidos, mas não se faz necessária a legenda), e, por isso, vale a pena assistir uma segunda vez cada um, com outro olhar. Quem sabe não muda o seu?

Vai, mundo!

@_desencadeia