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O MUNDO NÃO SERÁ MAIS O MESMO

By | Desencadeia

O mundo não será mais o mesmo.
Nós já não somos os mesmos.
E a Estilo acha isso lindo!
A revolução já começou! Aqui dentro e aí fora. Vamos fazer acontecer? Bora?

“Agora, a melhor forma de prever o futuro é criá-lo!”
Peter Drucker

A Estilo vem falando nisso há algum tempo.

A revolução sempre foi a nossa energia. A nossa premissa. Talvez pelo fato da Estilo ter esse sangue jovem nas veias, desde a sua criação – lembremos que Marcelo, Marcelle e Gabi, quando começaram a escola, tinham 20 e poucos completos e carregavam algo de inventivo, potente, dotado daquela vontade de mudança, de se fazer presente no futuro, que é peculiar à juventude. Não essa juventude que deixamos para trás, mas, como com a infância, a juventude que ainda está em nós. Infância e juventude como condição de vida presente, para sempre!

A Estilo nasceu desse sonho, dessa vontade de fazer algo diferente. Aqui, nesse caso, na educação. Então, já não seria uma escola nos alicerces de quem responde a tudo (nosso espírito sempre foi questionador, daquele que sempre pergunta, como as crianças), já não seria uma escola que usa a própria pedagogia como base: basta ver os nossos referenciais, todos na filosofia, inclusive, questionadores do próprio sentido da escola. Basta ver como geografia, comunicação, estética e ética circulam por aqui. Escola de verdade. Sem medo de falar a verdade. Sem medo de se mostrar imperfeita. Humana.

Lá, em 2003, quando começamos, pensávamos em futuros possíveis fazendo um presente real. Sem blábláblá. Quem passou por aqui sabe bem. Quem atravessou a Estilo e seus personagens sabe que, nos erros e acertos, sempre tentamos fazer o melhor. Honestos com os nossos limites. E tudo isso é revolucionário! Sim, o simples, a vontade do coletivo é revolucionário na medida em que vivemos num mundo de isolamentos: de pensamentos, de posicionamentos, de opiniões, de normatizações. A revolução está na arte de se conectar. De encontrar formas de vivermos num mundo onde tudo pode caber, basta colaborar.

Sim, quem faz parte da nossa história nos viu falando em empatia, relacionamento, diversidade, gênero, etnia, multiplicidade, diferença, assujeitamento, jogos de poder, identidade, muito antes desses assuntos tomarem conta das redes sociais ou do cotidiano e pautas político-pedagógicas.

Nunca nos afastamos das discussões necessárias para nos transformarmos com os movimentos essenciais para o surgimento de um mundo atento com os propósitos da educação. Sempre demos a cara para bater, antecipando posicionamentos e ideias. Jamais abandonando a maturidade que se adquire com o tempo e jamais ferindo os tempos das pessoas.

Queremos transformar. Queremos olhar o mundo em diferentes ângulos. Em todos os ângulo possíveis. E queremos que todos e todas possam ver o que veremos também. Queremos propagar essa ideia. Queremos contaminar com essas ideias não só nossas estudantes e nossos estudantes, mas a comunidade toda! A escola é um mundo. O mundo pode ser a nossa escola! A Estilo sonha com isso!

Ao nos posicionarmos criticamente sobre os lugares comuns, antecipamo-nos num futuro possível, tornando as mudanças mais amenas.

Não é de hoje que palavras como respeito, colaboração, empatia, compartilhamento, cocriação, generosidade ocupam as narrativas daqueles e daquelas que aqui estão. Seja por meio de ações, de pequenas atitudes do dia a dia, nos bilhetes, nos textos e, principalmente, no nosso batente da porta.

No ano passado, nasceu o Desencadeia. Um projeto que possibilita colocar em prática nosso discurso de maneira real. Explicá-lo, naquele momento, não foi fácil. Talvez, a situação atual (de isolamento social e da necessidade de refletirmos como viveremos daqui para frente) o contextualize.

O Desencadeia reuniu pessoas que estavam preocupadas com o cenário atual (social, cultural, ambiental, econômico, educacional…), que estavam em contato com futuros possíveis, que estavam estudando, pesquisando alternativas para convivermos de maneira mais justa e equilibrada.

Quatro pilares sustentam os debates e aprofundam as ações do Desencadeia: EU  I   EU PARA O OUTRO  I  EU COM O OUTRO  I  NÓS PARA O PLANETA.

Parecia que seria um trabalho de formiguinha, mas o Vírus Corona antecipou essa trajetória. Acelerou processos e nos abriu os olhos para o novo, o diferente, o necessário, o possível.

Já estava claro que os modelos atuais de organização social, de relação com o trabalho, de ocupação dos espaços, de relacionamento entre pessoas estão com os dias contados e não conseguiram resolver, até agora, os nossos dilemas. Já passamos por crises financeiras e climáticas, mas parece que apenas o atual cenário tocou a sociedade de forma a entendermos que já vivíamos uma crise de valores. Ficou claro que essa sociedade, baseada na ganância, na escassez e na competição, não tem futuro para ninguém. Arriscaríamos dizer que, mesmos aqueles poucos que lucravam, de alguma forma, com essa dinâmica, estão em choque, amedrontados com suas prioridades. A fragilidade desse modelo de sociedade ficou muito clara agora, finalmente, junto com a urgência de novos modelos.

A expansão e acessibilidade da tecnologia vem proporcionando formas interessantes de encontros, de trocas de ideias, de trabalho, de ensino, de comunicação, de acesso à arte etc. Até “ontem”, discutíamos o comportamento das diferentes gerações (Boomers, X, Y, Z, Alpha), mas, a partir de hoje, pertenceremos, todos, à geração G – da generosidade.

Dito isso, é hora de colocar a mão na massa. De arrancar do coração toda a coragem em forma de generosidade para nos fazermos presentes para o mundo e para as pessoas. G, aqui para nós, é conexão, colaboração, eu, o outro, o mundo. Encurtaremos as distâncias temporais, os impedimentos sociais, as amarras indentitárias para fazer nascer o diferente, o possível, o necessário.

Estilo e Desencadeia encabeçam esse novo projeto, nascido de cada história e disseminado pela generosidade de cada pessoa contaminada pela vontade de mudar, de transformar, de viver num mundo diferente, de entregar um mundo justo, solidário e real às crianças que nos atravessam.

Vai, mundo!

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CRADLE TO CRADLE

By | Desencadeia

Somos consumidores e não poderemos deixar de ser para sobreviver. Estamos rodeados de produtos que tornam nossa vida mais agradável e conveniente.  O que implica em produção em massa, já que vivemos em um mundo com quase 8 bilhões de pessoas. Para produzir todos esses produtos, precisamos de recursos.
 
Durante muitos anos, usamos esses recursos sem pensar em reutilizá-los, o que nos levou a dois grandes problemas: a escassez de matérias-primas e o lixo.
 
Para lidar com esses problemas, temos hoje duas estratégias:

  1. Minimizar – usar menos materiais, consumir menos energia com o uso de tecnologias e, assim, reduzir a emissão de carbono, o que só adia o momento em que os recursos se esgotarão. Reutilizar, reduzir, reciclar – um bom começo, mas apenas “menos maus”.
  2. Repensar a forma como fazemos as coisas e usar os recursos efetivamente. Deixamos de ser “menos maus” para sermos “100% bons”, em uma visão em que resíduo = alimento.

Em oposição ao processo linear de extração, produção e descarte (do berço ao túmulo), em que os produtos são criados com o seu tempo de vida pré-determinado e não existe o reaproveitamento total da peça, o arquiteto americano William McDonough e o engenheiro químico alemão Michael Braungart desenvolveram o conceito Cradle to Cradle, ou C2C – em português, “do berço ao berço”, que inspira a inovação.
 
Enquanto um bom começo é reduzir o consumo, estimular a reciclagem e minimizar a quantidade de energia utilizada na vida de um produto, C2C se baseia em manter todos os materiais em ciclos contínuos, estimular o uso exclusivo de energia renovável (o que significa usar infinitamente) e celebrar a diversidade que existe na natureza (a natureza deve ser nosso maior exemplo, pois fauna e flora se adaptam a situações locais e fazem uso dos recursos locais), o que requer uma nova abordagem de design.

Sustentabilidade é um termo ultrapassado

Michael Braungart diz que “sustentabilidade é um termo ultrapassado”, pois, quando falamos sobre sustentabilidade, de questões ambientais e sociais, falamos muito sobre mitigar os impactos, reduzir os danos que temos feito ao planeta e às pessoas. Mas, quando ele propõe uma nova forma de economia, uma abordagem circular para esse sistema linear, quer dizer que, no lugar de reduzir impactos, podemos passar a criar impactos positivos, tanto nas pessoas, quanto no meio ambiente, por meio dos nossos negócios. Ele propõe um olhar para a abundância, abundância da criatividade humana, abundância dos recursos naturais renováveis, da produção por meio de energias limpas, para que o homem possa deixar uma pegada benéfica, uma boa história para ser contada às próximas gerações.
 
O design de um produto deve ser pensado para otimizar sua funcionalidade, beleza, qualidade e atender à necessidade do cliente, mas, além disso, deve ser projetado para ser desmontado e para que suas partes sejam feitas com materiais que são valiosos para a natureza ou como fonte para a produção de novos produtos. Assim, os resíduos deixam de existir. Ao invés de se pensar em termos de gestão ou redução de resíduos, elimina-se a própria ideia de lixo. Cada parte é projetada com a intenção de trazê-lo de volta ao que chamam de ciclo técnico ou ao biológico.
 

  • O ciclo tecnológico propõe que os produtos sejam desenhados já com a possibilidade de serem reaproveitados em algum momento para um novo ciclo, produto ou uma nova indústria, ou que sejam reciclados no final, para que possamos deixar de usar a ideia de lixo, descartar esses produtos e conseguir sempre reinserir o que seria descarte em novos ciclos de produção, da mesma indústria ou de outras indústrias. Os materiais otimizados para o ciclo técnico são denominados nutrientes técnicos e utilizados de modo que circulem em ciclos industriais fechados – especialmente aqueles que não são produzidos de forma contínua pela biosfera (não-renováveis), como metais ou plásticos.
  • Já no ciclo biológico, necessariamente, o que foi desenhado deve se biodegradar no final e virar nutriente para a terra e para o solo. Os materiais otimizados para o ciclo biológico são biodegradáveis ou obtidos a partir de matéria vegetal, e retornam seu valor como nutrientes biológicos de forma segura e positiva para os ecossistemas que vêm a alimentar.

 
Esses dois ciclos também podem se fundir: o que nasceu em um ciclo técnico pode se biodegradar em algum dia, e o que nasceu em um ciclo biológico pode servir de nutriente, sendo reaproveitado ou reciclado em novos ciclos, dentro do ciclo técnico.
 
A partir dessa divisão, temos dois tipos de produtos: os produtos de consumo e os produtos de serviço. Os de consumo devem ser feitos com nutrientes biológicos, que, por sua natureza, podem ser descartados de forma a enriquecer a biosfera ao invés de contaminá-la. Já os produtos de serviço devem ser feitos com nutrientes técnicos e projetados desde o início para o reuso. Produtos de consumo são os que geralmente não duram muito em casa, são fabricados com a ideia de que sejam consumidos em um curto período de tempo, como os produtos de limpeza e de higiene. São considerados produtos de serviço os que seu valor não está no produto em si, mas no serviço que ele proporciona, como transporte, telecomunicações e entretenimento.
 
Designers, indústrias!! Convocamos todos a ficarem comprometidos a esse conceito!!

Vai, mundo!

 

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UM CAFEZINHO QUENTINHO, POR FAVOR?

By | Desencadeia

“A economia circular consiste na criação de processos que permitam o reaproveitamento não só dos produtos, como dos insumos agregados à produção. É preciso acabar com o que chamamos de lixo, considerando todo material inserido em nossa sociedade como recurso útil e reutilizável.”
Mônica Messenberg, diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Esse modelo linear de produção que estamos acostumados, em que se extrai, utiliza e descarta, que gera desperdício e desgaste do planeta, tem um limite e está com os dias contatos, conforme contamos em um post anterior. Ao unificar as pontas da cadeia de geração e consumo, a economia circular tem a capacidade de transformar toda a economia, com impactos positivos para o meio ambiente e a sociedade como um todo.
Assim como canudos, copos e outras coisas descartáveis, as cápsulas de café entraram na lista de uso diário de muita gente. Porém, parece que ninguém pensa:

para onde todas essas cápsulas descartadas vão?

Além do uso de matérias-primas, as cápsulas de café são recicláveis na teoria, mas, na prática, é trabalhoso demais e não vale a pena o investimento. As cápsulas descartáveis são feitas de plástico, alumínio e um tipo de material orgânico. A reciclagem exige a separação desses materiais, sem falar que, no Brasil, apenas 3% do lixo reciclável é realmente reciclado.
Os problemas pareciam estar sendo resolvidos quando a Nespresso se colocou como pioneira em café em porções individuais da mais alta qualidade sustentável. Por meio do compromisso The Positive Cup™, a Nespresso atua na gestão sustentável do café, do alumínio e em práticas relacionadas ao clima com metas globais até 2020.
A marca conta com um Centro de Reciclagem, instalado na Grande São Paulo e que se dedica a reciclar as cápsulas de alumínio típicas do produto. A reciclagem, que teve início em 2011, tem investimentos da ordem de R$ 5 milhões anuais e, atualmente, recebe 22% de todas as cápsulas comercializadas. Após a reciclagem, as cápsulas se tornam latas de bebidas, bicicletas, além de novas cápsulas.
“Nossas ações focam em dar mais transparência ao nosso trabalho e à importância da destinação correta do alumínio, material infinitamente reciclável, e do pó de café, que se transforma em adubo”, explica Cláudia Leite, gerente de Criação de Valor Compartilhado e Comunicação Corporativa da Nespresso no Brasil.
Todas as informações sobre a Nespresso e o compromisso com sustentabilidade podem ser encontradas no site www.nespresso.com.

O alumínio, queridinho da reciclagem, requer até 95% menos energia no processo, além de manter suas propriedades inerentes, independente de quantas vezes seja reciclado.
O problema é que a empresa conta com pouquíssimos pontos de coleta de cápsulas no país, apenas em alguns estados, dificultando até para as pessoas que têm interesse em fazer essa devolução.
Além disso, as cápsulas da Nespresso, parte da multinacional suíça Nestlé, são as únicas realmente produzidas com 100% alumínio. A multinacional conta com as cápsulas de três camadas em suas outras linhas, que só são recicláveis na teoria, como a Nescafé Dolce Gusto. E, depois da queda da patente de exclusividade de produção de cápsulas para máquinas da Nespresso, surgiu uma leva de concorrentes que utilizam plástico na composição e podem ser usadas nas máquinas da marca.
Dessa forma, continua garantida a extração de papel, plástico e alumínio insana para produção e embalagem, além de milhares de cápsulas que vão parar em aterros sanitários e lixões, contribuindo com a emissão de CO2 e gás metano durante o apodrecimento das cápsulas a céu aberto.

Uma campanha da internet chamada #KillTheKCup mostra os danos causados pela produção e descarte dessas cápsulas e convoca as pessoas a entrarem nesse movimento.
Os vídeos são bem sensacionalistas e meio cômicos (infelizmente, não traduzidos, mas não se faz necessária a legenda), e, por isso, vale a pena assistir uma segunda vez cada um, com outro olhar. Quem sabe não muda o seu?

Vai, mundo!

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ECONOMIA CIRCULAR

By | Desencadeia

Vivemos em um planeta muito inteligente. Um grande organismo vivo que se autorregula em um processo cíclico. A energia é provida pelo Sol e tudo o que ”sobra” de uma espécie é alimento de outra (não existe lixo). Tudo nasce para depois morrer e se transformar em energia para o ambiente novamente. Um ciclo que funciona em harmonia.

Aí, aparece o ser humano para desequilibrar essa balança e atrapalhar os serviços ecossistêmicos que se suportaram ou se recuperaram.

Fred Gelli, fundador e diretor criativo da Tátil Design de Ideias e sócio fundador da consultoria estratégica Cria Global, apaixonado por biomimética, faz uma comparação perfeita de nossa situação em suas palestras:

Chegou a hora de reinventarmos nossa presença no planeta, e as novas marcas que aparecem já surgem a serviço desse processo evolutivo que a espécie humana precisa passar.

A economia circular, um conceito baseado na inteligência da natureza, surge como solução para minimizar o impacto humano no meio ambiente, pois propõe uma mudança em toda a maneira de consumir, do design dos produtos até nossa relação com as matérias-primas e resíduos.

Nosso sistema produtivo gera um grande acúmulo de resíduos e a exploração excessiva de recursos naturais, dois problemas que precisam ser revistos urgentemente!

Vivemos em um sistema linear que extrai, utiliza e descarta. A obsolescência programada gera resíduos que não recebem novos usos e se acumulam em lixões, aterros sanitários e no oceano. De acordo com dados do IBGE, cada brasileiro produz quase um quilo de lixo por dia, ou seja, são 183 mil toneladas diárias no país todo.

E, como dissemos anteriormente, o esgotamento de matérias-primas também é uma grande preocupação. De acordo com relatório da Ellen MacArthur Foundation, organização que estuda e estimula a adoção da economia circular, 65 bilhões de toneladas de matéria-prima foram inseridas no sistema produtivo mundial em 2010. O instituto projeta que, até 2020, essa quantidade terá subido para 82 bilhões de toneladas por ano.

O design tem um papel fundamental na transição para a economia circular, pois criará novas oportunidades de negócio, aumentará a reutilização e reciclagem, trará questões de segurança material e humana, e, por consequência, ajudará no desenvolvimento econômico sustentável.

Como seria possível mudar esse paradigma?

Novamente, “jogamos a conta nos designers”. E, sempre lembrando, designer somos todos nós, como escrevemos em um post anterior!

Existem ferramentas para o designer projetar de forma circular.

• O estágio inicial de design é o melhor momento para prolongar a vida útil de um produto e, quando se utiliza a ferramenta do design para longevidade, lidamos com duas questões: durabilidade física e durabilidade emocional.
Diretamente ligados às questões da obsolescência programada e percebida, existem alguns guias que podem ajudar a criar produtos com durabilidade física, como o tipo de material usado para aquela finalidade, acabamento, costura, encaixe, cola, qualquer tipo de acabamento que seja usado no produto para que ele seja adequado e que dure o máximo possível.
Ele pode ser projetado também com a ideia de conserto. Se projetar um produto que seja possível ser consertado conforme ele quebre, em que só algumas peças possam ser removidas para que elas sejam consertadas, esse produto tem uma vida útil mais longa.
Com relação às finalidades desse produto, também podemos pensar em algo que seja multifuncional, como um eletrodoméstico que pode cortar, picar, triturar, que tenha várias funções embutidas em um mesmo objeto. Isso faz com que o utilizemos muito mais vezes sem precisar de outros produtos e que mantenhamos por muito mais tempo por conta da sua utilidade.
Outra coisa que podemos ter em mente quando estamos desenhando um produto para longa duração é como o consumidor vai mantê-lo em casa e se conseguimos ajudá-lo a cuidar desse produto da maneira correta.
A durabilidade emocional está diretamente ligada com a conexão do consumidor com o produto, e faz referência e tem relação com as questões estéticas e atemporais do mesmo. Uma maneira muito eficaz é trazer o consumidor para perto da criação e da produção, e cocriar junto com ele o produto que ele mesmo vai consumir.

• Outra ferramenta é o design para serviço. O serviço supera o paradigma do produto e deixa de ser centralizado em um único bem. Ele transfere a posse de um produto para o acesso a esse produto, que é o que propõe a economia compartilhada e o consumo colaborativo. Não precisamos ter um produto contanto que tenhamos acesso a ele. O design de serviço propõe a criação de plataformas que possibilitem a transição desses produtos por várias mãos. Assim, não precisamos vender mil produtos para mil pessoas diferentes, podemos ter um produto que circulem por 1000 pessoas diferentes. Isso, claro, reduz a quantidade de recursos usados nas produções e possibilita o prolongamento da vida útil desse produto.

• Uma terceira ferramenta é o design para reuso na manufatura. Então, eu desenho produtos ou embalagens pensando numa segunda vida útil para elas, ou na reutilização ou retorno delas para a indústria, para que possam servir como embalagens ou produtos novamente para as pessoas.
Mas, para isso, temos de ter em mente algumas coisas. Precisamos ter um sistema de coleta e devolução dessas peças e que elas podem passar por pequenos processos, ajustes ou reparações e higienização, mas não voltam para a indústria para serem reprocessados de novo.
Um bom exemplo disso são as garrafas de vidro retornáveis, de bebida, refrigerante, cerveja e leite. Depois de usarmos, se dermos o destino correto para elas, podem ser higienizadas e voltam como embalagem para novos produtos por muitos ciclos. A reutilização dessas embalagens de vidro por muitos ciclos faz com que economizemos em até 95% nas emissões de CO2 na produção de vidros a partir de matéria-prima virgem.

• O design para desmontagem significa conceber produtos que sejam facilmente desmontados no final da sua vida útil, para que os componentes e as partes desmontadas deles possam ser reutilizadas em novos produtos ou novos ciclos.
Para isso, podemos usar alguns guias para desmontagem, como usar componentes facilmente separáveis no final, usar essas junções, colas, fechamentos que sejam facilmente destacados, prever tecnologias e ferramentas que possam ajudar na separação desses materiais.

• O design para recuperação de materiais é a última ferramenta que será apresentada, pois corresponde ao último percurso do design circular, que é a reciclagem.
A reciclagem pode vir de dois meios: do pré-consumo e do pós-consumo. Os resíduos pré-consumo são aqueles que são encontrados nas fábricas, que são rejeitados durante os processos de produção. E os resíduos pós-consumo são aqueles que são do descarte do consumidor, roupas e produtos que não querem mais e podem ser devolvidos para as lojas, para os fornecedores, ou coletados por outras empresas para que sejam reciclados.
Os produtos ou embalagens provenientes do pós-consumo precisam de um sistema de coleta, de separação, para que possam ser reprocessados novamente na indústria e transformados em novas matérias-primas.
Lembrando sempre que as alternativas de reciclagem atuais operam sobre bens de consumo que não foram projetados com este cuidado.

O que era fim é só um novo começo

Confira o vídeo da Fundação Ellen MacArthur que ilustra de maneira simples o que é economia circular.

A transição para uma economia circular não se limita a ajustes visando a reduzir os impactos negativos da economia linear. Ela representa uma mudança sistêmica que constrói resiliência em longo-prazo, gera oportunidades econômicas e de negócios, e proporciona benefícios ambientais e sociais. Um trabalho de criatividade e inovação que cabe a todos nós: governos, marcas e sociedade!

Vai, mundo!

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DIA DA SOBRECARGA DA TERRA

By | Desencadeia

De acordo com a Global Footprint Network, organização internacional pioneira no cálculo da Pegada Ecológica, foi em 29 de julho de 2019 que a humanidade esgotou os recursos naturais que o planeta é capaz de renovar em 2019.

O Dia da Sobrecarga da Terra marca a data a partir da qual o consumo de recursos naturais ultrapassa a capacidade de regeneração dos ecossistemas para esse ano. Nos últimos 20 anos, essa data já se antecipou 3 meses, quando, neste ano, tivemos o tempo mais curto já registrado desde que o planeta entrou em déficit ecológico no início dos anos 70. Em outras palavras, atualmente, a humanidade usa os recursos equivalentes de 1,75 planetas Terra.

Para determinar a data do Dia da Sobrecarga da Terra para cada ano, a Global Footprint Network calcula o número de dias desse ano para que a biocapacidade do planeta (quantidade de recursos ecológicos que a Terra é capaz de gerar naquele ano) seja suficiente para suportar a Pegada Ecológica da humanidade. A Pegada Ecológica contabiliza toda a área biologicamente produtiva necessária para suportar as necessidades de um indivíduo ou a população de uma dada região em termos de alimentação, fibras, produtos florestais, sequestração de carbono e área para infraestruturas. Assim, o Dia da Sobrecarga da Terra é calculado dividindo a biocapacidade do planeta pela Pegada Ecológica da humanidade (demanda da humanidade para aquele ano) e multiplicando por 365 o número de dias em um ano. O restante do ano corresponde ao overshoot global.

Estamos esgotando o capital natural do nosso planeta, comprometendo ainda mais a capacidade regenerativa no futuro. Os custos deste excesso tornam-se cada vez mais evidentes em todo o mundo, sob a forma de desflorestação, erosão dos solos, perda de biodiversidade e acumulação de dióxido de carbono na atmosfera, levando a alterações climáticas e a secas, incêndios e furacões cada vez mais graves e violentos.

E o nosso impacto degenerativo continua crescendo. A maneira como consumimos e o que consumimos está completamente ligada aos impactos negativos que o planeta vem sofrendo. Precisamos desfazer o dano que fizemos onde isso ainda é possível (para dezenas de milhares de espécies que levamos à extinção por nossas ações, já é tarde demais!). Precisamos de diversas culturas regenerativas em todos os lugares.

Como podemos mudar esta data?

 

Se o Dia da Sobrecarga da Terra fosse adiantado 5 dias todos os anos até 2050, seria possível retornar ao nível em que usávamos os recursos de um só planeta. Existem diferentes maneiras de reduzirmos nosso impacto no mundo, segundo Eloisa Artuso, diretora educacional do Fashion Revolution Brasil e professora de Design Sustentável na Escola São Paulo:

– Atualmente, as emissões de carbono representam 60% da Pegada Ecológica da humanidade. A redução de 50% do componente de carbono da Pegada Ecológica moveria 93 dias, ou seja, mais de 3 meses, e o consumo de 1,7 planeta passaria para 1,2.

– Ao reduzir o uso de carros em 50% em todo o mundo e assumir que um terço serão substituídos por transporte público e o restante por ciclismo e caminhada, seriam ganhos 12 dias.

– Se 50% do consumo de carne for substituído por uma dieta vegetariana, a data se moveria 5 dias.

– Se cada 2 famílias do mundo tivessem 1 filho a menos, se moveriam 30 dias até 2050.

– Se o desperdício de comida no mundo fosse reduzido pela metade, se moveriam 11 dias.

Pesquisadores da Global Footprint Network e da Schneider Electric estimaram que, caso fossem implementadas diversas tecnologias atualmente disponíveis em edifícios, processos industriais e na produção elétrica, a data poderia ser movida por, pelo menos, 21 dias, sem qualquer perda de produtividade ou conforto.

Segundo Daniel Christian Wahl, autor do livro “Designing Regenerative Cultures”, uma pequena proporção da humanidade (os 15% mais ricos da população mundial, por renda e riqueza) tem causado a maior parte do dano, enquanto toda a humanidade sofre as consequências. Seguindo alguns passos na Global Rich List, podemos ter mais claro quais países são os maiores contribuintes para estes danos.

O “Earth Overshoot Day” (Dia da Sobrecarga da Terra) tem se movimentado para ser cada vez mais cedo a cada ano. Ou seja, estamos piorando as coisas a cada ano ao invés de restaurar as funções saudáveis ​​dos ecossistemas e criar diversas culturas regenerativas em todos os lugares.

É hora de construir um movimento global para “mover a data” e acabar com a sobrecarga! Se você quiser se envolver em uma campanha global para compartilhar soluções sobre como #MoveTheDate, a Global Footprint Network acaba de tornar isso possível. Confira o mapa aqui.

Clicando aqui, você pode calcular uma estimativa aproximada da sua própria pegada ecológica. O resultado pode ser assustador, mas incentivador ao mesmo tempo!

Vai, mundo!

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O FUTURO ESTÁ NA CONSCIÊNCIA

By | Desencadeia

Nessa época do ano, em muitos lugares do mundo, como aqui no Brasil, passamos por um período em que o consumo chega a níveis extremos, a ponto de se medir a economia pelo volume de vendas comparando-o a anos anteriores. E comemorar o resultado, sempre que positivo 🙁

A publicidade e as marcas já, há muito tempo, conseguiram deixar para trás o verdadeiro sentido da proposta das datas comemorativas e substituí-lo por algo simplesmente comercial. Isso acontece em diversos outros momentos como dias dos pais, das mães, das crianças, dia dos namorados. Nem entraremos no estrago que faz a Black Friday, né? Vale um post só para esse dia!

O que fazer além de compras nessa época?

Estar presente, cuidar do próximo, agradecer, mandar uma mensagem podem ser mais significativos e verdadeiros do que comprar algo e entregar à pessoa. E, se achar que seja mesmo necessário presentear, mantenha relações sustentáveis, presenteie com algo seu, que lhe tem valor, faça você mesmo, e sempre prefira negócios locais, com produções responsáveis e éticas! Ah! Dá para ser criativo também no embrulho!! Não precisamos de embalagem em cima de embalagem! #NatalSemLixo
 
Nós, como consumidores, temos um grande poder em mãos na hora de comprar um produto. Podemos exigir de empresas que garantam relações justas de trabalho, respeitem a saúde humana e animal e o meio ambiente, sendo consumidores conscientes!
 
O consumidor consciente reflete sobre os seus hábitos de consumo e está atento à real necessidade do que consome. Busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade, maximizando as consequências positivas e minimizando as negativas de suas escolhas de consumo. A pergunta “Preciso realmente comprar isso?” está presente no seu dia a dia e é decisiva para evitar o consumo imediatista, que busca apenas a satisfação rápida.
 
Podemos praticar o consumo consciente por meio de gestos simples no dia a dia, como definir as características que precisamos no produto, escolher o fabricante considerando sua responsabilidade socioambiental na produção, fazer um uso otimizado do produto para que ele tenha uma vida útil mais longa e, por fim, definir uma forma de descarte adequada. Considerar o preço deve ser uma questão secundária.
 
É preciso também que o consumidor consciente cobre, enquanto cidadão, governos e marcas a fortalecerem leis que regulamentem os processos de produção e as substâncias permitidas nos itens de uso diário.

Situação do consumo mundial

Cerca de somente 20% da população mundial concentra o consumo de 80% de todos os produtos e serviços do planeta, segundo o Instituto Akatu, que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o tema. E, a cada ano, entram mais de 150 milhões de novos consumidores no mercado. Nos próximos 20 anos, estima-se que teremos três bilhões de pessoas desperdiçando alimentos, usando mais água no banho e comprando mais produtos em lojas físicas e virtuais…
 
As mudanças climáticas ou a questão dos lixões que se acumulam pelo mundo são as consequências desse modelo desastroso e mostram que temos de agir e mudar nossos hábitos de consumo. A obsolescência programada e o empenho da publicidade são o oposto do consumo consciente, por isso, devemos tomar muito cuidado para não cair nessas armadilhas.

Dia do Consumo Consciente no Brasil

No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente criou, em 2009, o Dia do Consumo Consciente, que acontece em 15 de outubro. O objetivo é despertar a consciência dos cidadãos para os problemas sociais, econômicos, ambientais e políticos resultantes dos padrões de produção e consumo insustentáveis praticados atualmente. Busca também alertar para o fato de que um produto ou serviço deve minimizar o uso de recursos naturais, materiais tóxicos, diminuir a emissão de poluentes e a geração de resíduos.

Consumidor consciente na prática

Antes de comprar, faça a si mesmo as 6 perguntas do consumo consciente:
Por que comprar?
O que comprar?
Como comprar?
De quem comprar?
Como usar?
Como descartar?

Assista!

Como inspiração, assistam ao vídeo “A história da mudança”, da série Story of Stuff, criada por Annie Leonard.

Vale também assistir ao documentário “Minimalismo”, de Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, em que pessoas que acreditam que bens materiais não trazem felicidade são entrevistadas e aborda a questão: menos é mais?

Disponível na Netflix

 

O consumo consciente é um estilo de vida que garante a sustentabilidade da vida no planeta, em que o consumidor torna-se um agente transformador da sociedade por meio do seu ato de consumo e a ideia do supérfluo passa a ser coisa do passado.
 
Pratique o consumo consciente em pequenas e grandes compras, no supermercado, na farmácia, nas lojas de roupa e de tecnologia, na internet. Temos de ter consciência de que o produto que temos em mãos é de nossa responsabilidade. Temos de pensar bem como o usaremos, como podemos aumentar sua vida útil e como o descartaremos, se for o caso.
 
Pequenos gestos praticados por um número muito grande de pessoas geram grandes transformações!
Vai, mundo!
 
@_desencadeia

AQUAFIL

By | Desencadeia

A reciclagem é um processo essencial para consertarmos os erros que cometemos até então. Extraímos matérias-primas da natureza para a fabricação de produtos e chegamos a um ponto em que não temos mais onde colocar toda essa sobra, depois de descartada. Por meio da reciclagem, a transformamos em algo novo e diferente, seja por upcycling ou downcycling.

Mas existem outros processos que nos permitem não mais precisar extrair da natureza para produzir algo. A regeneração é um deles!

A empresa italiana Aquafil criou o fio de nylon regenerado Econyl, produzido a partir do nylon descartado nos aterros sanitários e oceanos pelo mundo. Exatamente igual a um fio de nylon novo, pode ser reciclado e reutilizado quantas vezes for preciso. Segundo a Aquafil, a regeneração trabalha na oposição da reciclagem, pois atua em um circuito fechado, ou seja, o fio de nylon pode ser regenerado e renascido inúmeras vezes, sem perda de qualidade. Assim, podemos criar e comprar novos produtos sem ter que usar novos recursos, fechando o ciclo e desencadeando infinitas possibilidades aos designers, afinal, são eles que mudarão o mundo!

Além de ajudar a manter os resíduos fora dos oceanos e aterros sanitários, o uso do nylon regenerado diminui a utilização de combustíveis fósseis (o nylon virgem é derivado do petróleo) e reduz pela metade a quantidade de emissões de carbono em comparação com a produção de nylon.

A Aquafil trabalha também pela regeneração de redes de pesca descartadas e pela reciclagem de carpete: o mundo descarta milhões de toneladas de carpetes todos os anos, e a maioria é aterrada ou incinerada (atualmente, menos de 5% é reciclada). Dessa forma, a empresa transforma resíduos em larga escala, fazendo com que redes de pesca retiradas do oceano e carpetes retirados de prédios de escritórios demolidos voltem a ser novas fibras, prontas para renascerem em novos produtos.

A marca oferece incentivo aos pescadores para entregar e descartar adequadamente as redes de pesca gastas, mantendo-as fora do mar. Em uma parceria com a ONG Healthy Seas Initiative, mergulhadores vasculham o fundo do oceano à procura de redes de pesca velhas descartadas, reduzindo cerca de 640.000 toneladas deste material que estão à deriva nos oceanos e que representam uma ameaça constante à vida marinha.

Essa poliamida regenerada é usada para produzir uma ampla gama de produtos têxteis para moda praia, moda esportiva, roupa de banho e tapetes. A Outerknown, uma marca de roupas 100% sustentável, do surfista Kelly Slater em parceria com o renomado designer de moda masculina John Moore, aposta em tecidos diferenciados e inovadores que possam fazer parte de uma cadeia sustentável, como é o caso da coleção Evolution Series, cujas jaquetas e bermudas são produzidas com um tecido especial, vindo de Econyl.

A marca de jeans Levi’s Strauss & Co. já havia introduzido novas tecnologias para diminuir o consumo e reciclagem da água nos processos de tingimento e lavanderia em suas fábricas e incentiva as pessoas a não lavarem com frequência suas peças jeans. Agora fez uma parceria com a Aquafil, em que o Econyl é incorporado no jeans Levi’s 522 masculino, com uma composição de 61% algodão, 38% poliamida (Econyl) e 1% elastano.

Aquafil, agradecemos o dispêndio em tecnologia. Sabemos que custa dinheiro investir em pesquisas, mas é um bem necessário!

Outerknown e Levi’s, agradecemos a participação!

Vai, mundo!

 

@_desencadeia

SOAPACK – O SHAMPOO FORA DA CAIXA

By | Desencadeia

A gente acredita nos designers e no potencial deles em mudar o mundo.

Quando colocam em prática exercícios de tirar algo de seu lugar “habitual”, enxergam o mundo com outros olhos. Um exercício maravilhoso, que pode ser feito por qualquer um!

Práticas como o “Design Thinking” não recebem esse nome à toa, mas sim porque esses profissionais são preparados para pensar fora da caixa!

 Como ninguém tinha pensado nisso até hoje?
 
A designer chinesa Mi Zhou, em seu trabalho de conclusão de curso na Central Saint Martins – Universidade de Artes de Londres, onde realizou sua pós graduação em design industrial, criou um frasco de xampu e cosméticos feito de sabão, o Soapack, que dura até 2 meses. Os frascos dos cosméticos se dissolvem quando entram em contato com a água, assim, a pessoa utiliza o xampu e a embalagem se decompõe antes mesmo de virar lixo.
 
Considerando que uma pessoa utiliza, em média, 800 embalagens plásticas de xampu na vida e que existem mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, estas embalagens representam mais do que uma solução, mas a saída para um mundo mais sustentável!
 
Não encontramos um fabricante ainda que já utiliza essas embalagens… Pena. Mas torcemos para ser uma questão de tempo.
 

@_desencadeia

VERT

By | Desencadeia

A gente adora quando alguém olha a natureza e pessoas que seriam facilmente exploradas e transforma isso em um negócio justo e sustentável. São os designers, capazes de mudar o mundo!

A VERT é um exemplo disso!

Em uma viagem ao Brasil, os franceses e amigos de infância François-Ghislain Morillion e Sébastien Kopp sentiram-se encantados com a floresta Amazônica e com todos os recursos naturais e humanos encontrados no nosso país.

Apaixonados pela cultura sneaker, decidiram criar uma marca de tênis com um propósito diferente, que transmite valor em sua concepção. Um produto de moda atemporal, com design urbano e minimalista, que respeita em sua cadeia produtiva a natureza e o ser humano.

Todas as solas dos tênis VERT são feitas com borracha nativa da Amazônia a partir de um processo que prepara a borracha ainda dentro da floresta, sem químicos e sem a necessidade de intermediários. A marca compra a borracha diretamente de três associações de seringueiros, o que permite uma melhor remuneração aos seringueiros, pagando um preço diferenciado pelo látex, valorizando o trabalho desses trabalhadores e ajudando a luta contra o desmatamento.

E assim acontece com praticamente todo o restante da composição do tênis: o algodão vem de uma cooperativa de pequenos agricultores familiares do semiárido nordestino; quanto ao couro, a empresa se certifica de que o gado não venha da Amazônia, onde a criação de gado é um dos fatores principais do desmatamento; todas as peles utilizadas pela VERT são curtidas em processo low-chrome, que diminui drasticamente a poluição nas águas residuais e seu efeito no meio ambiente.

Contrariamente à tendência atual de importar produtos fabricados na Ásia, a VERT faz questão de produzir seus tênis no Brasil, onde a legislação garante e fiscaliza os direitos dos trabalhadores. Além disso, acompanha diariamente a produção nas fábricas e ateliês com os quais trabalha. Auditorias sociais são realizadas anualmente.

No entanto, a marca faz questão de esclarecer que não é um projeto perfeito. É uma experiência, um projeto em andamento, com seus limites e aperfeiçoamentos necessários. Os cadarços não são de algodão orgânico, a espuma para dar sustentação ao cano dos tênis é um produto sintético feito à base de petróleo, para atender a todas as propriedades técnicas necessárias às solas e palmilhas, ainda é preciso utilizar diversos componentes, incluindo borracha sintética. Um plano de reciclagem dos tênis ainda não foi estabelecido.

A gente adora quando alguém olha a natureza e pessoas que seriam facilmente exploradas e transforma isso em um negócio justo e sustentável!

Na VERT, o perfeito ainda não chegou, mas está a caminho.

Vai, mundo!!

 

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REINVENTÁRIO

By | Desencadeia, Estilo Lixo Zero

O Desencadeia deu início a mais um projeto dentro da Estilo que pretende envolver a comunidade do entorno e os comércios locais para revitalizar objetos que são considerados “lixo”, mas que podem ser reaproveitados na escola, nas atividades com as crianças!
Para começarmos, convidamos todas e todos vocês a trazerem à Estilo materiais de casa que seriam descartados. É um convite para dedicarem um olhar especial para materiais e embalagens de suas casas: imaginem-nos se transformando nas mãos de professoras, professores e crianças para concretizar ideias dos Temas trabalhados com os Grupos! Vejam abaixo algumas ideias:
 
tampinhas de garrafa pet
bandejas de isopor
potes de vidro
chapas de raio X
elementos da natureza secos
rolhas de vinho
CDs/DVDs
rolinhos de papel higiênico
embalagens Tetra Pak abertas e secas
retalhos de fitas e cordões
arame de embalagem de pão
redinhas plástica de frutas
embalagens de acetato (ou outros que tenham transparência)
tampinhas de canetinha
papelão
garrafas pet
objetos compostos que precisem de dissecação, como brinquedos ou pequenos equipamentos com placas elétricas
badulaques piscantes que perderam suas pilhas
 
É importante que todos os materiais venham limpos e secos.
Construiremos um espaço na Estilo chamado “Reinventário”, onde estes objetos valiosos ficarão armazenados e disponíveis para uso da escola.
Pedimos que entreguem todos estes materiais na secretaria.
 
@_desencadeia e Estilo de Aprender