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SESC POMPEIA

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RASTRO GRUPO 4 VESPERTINO

 

Deriva entre águas
 
Era sexta-feira, a primeira tarde ensolarada de uma semana de outono bem cinza. Reunimo-nos na sala do Grupo 4 para fazermos os últimos combinados. Por volta das 14h, estávamos no transporte, prontas e prontos para a partida.
No caminho, as crianças conversavam: “Eu já fui ao Sesc Pompeia” ou “Olha, aqui é minha casa nova”. O clima de animação e ansiedade estava presente. Descemos do transporte e fomos andando até a entrada principal do Sesc. Não teve como não perceber os olhares adultos ao verem a infância invadindo a cidade: a cada passo das crianças na calçada, toda a atenção voltava-se para nós!
O espaço da exposição era um grande saguão feito de pedras, paredes de tijolos aparentes, iluminação quente e indireta, onde as obras ali expostas estavam misturadas às curvas do rio artificial que corta todo o espaço. E, assim, esse se tornou o grande mote do Rastro: águas que correm. Havia um rio no meio da exposição. Um rio cheio de pedras, de pontes e onde havia projetada uma imagem que lembrava o fogo; junto a ela, um pequenino barquinho de papel perdido foi encontrado por um dos estudantes. Mais para frente, outros dois barcos de madeira naufragados clamavam por socorro enquanto que seus companheiros voavam pendurados por fios. As crianças invadiram o espaço de pronto, correram, atravessaram as pontes, olharam os barcos, molharam suas mãos no rio, experimentaram as roupas da obra interativa “Novos costumes”, de Laura Lima, se apropriaram do espaço e o fizeram de seu. Em algum tempo, a exposição deixou de ser o foco e todos e todas correram para o Espaço do Brincar. Como se manter distante daquele mundo de bolas coloridas? O Grupo experimentou seus desafios, cores e texturas. Esbaldou-se em brincadeiras, saltos e piruetas.
Para finalizar nossa prazerosa tarde, fizemos um delicioso piquenique no “deck”, aproveitamos o fim da tarde e embarcamos de volta à Estilo.
Um Rastro que fica dentro de todas e todos nós. Como as águas que se juntam para formar o rio, vivemos a beleza do encontro das relações e suas multiplicidades!
 
Um abraço,
Vivian M. L. Lourenço, Andressa Nishiyama, Luana O. Arruda e Filippe Dotte
 

 

CASA AMARELA DA VILA ROMANA

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RASTRO 2º ANO MATUTINO

 

O último foi rastreado por ano marcado por um encontro muito especial! Fomos Recebidos e Interpretados pelos Artistas Janice de Piero, Danilo Rocco e André Pardini na Casa Amarela, que, além de ser o lar de Janice, é também uma galeria de arte! Fomos acolhidas e acolhidas no quintal da casa – espaço que foi ocupado de forma por crianças assim que chegaram.
Depois, em roda, ouvidos, atentos e atentos, esse estilo foi ocupado pela fazenda do bisavô de Janice. E, ali, na rua Francisco Alves, passava um rio! Aliás, o rio passa, mas por baixo do asfalto … A casa dela é um símbolo de resistência à verticalização e urbanização não planejada da cidade de São Paulo.
Os artistas Danilo e André nos lançaram a exposição “Flúmen: Memória Oculta e Rios de Asfalto”, reunindo obras figurativas e abstratas. Por fim, como as crianças participaram de uma oficina de desenho uma nova técnica: bico de pena e nanquim!
 
Daniel Libarino, Andrea Pires Magnanelli e Filippe Dotte
 

 

PRAÇA DR. OTÁVIO PEREZ VELASCO

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RASTRO 1º ANO MATUTINO

 

Queremos dizer-lhes um pouquinho do nosso Rastro na Praça Dr. Otávio Perez Velasco! É uma força de trabalho para a comunidade do entorno da Estilo. Com olhares atentos e mãos perspicazes, recolhemos dez – DEZ! – sacos de lixo com material de embalagem: garrafas, sacos plásticos, panfletos, embalagens, enfim, um sem refrigeração que são mostrados na nossa página está descuidada. Uma ponta de um iceberg gigantesco!
Sem retorno à Estilo, em sala de aula, problematizamos essa experiência aprofundando um debate importante sobre o “público X privado”. O que é meu? O que é seu? E o que é nosso e, portanto, de todos e todas? Há diferença em nosso comportamento dentro de casa e em uma praça? O shopping é um espaço público ou privado? Surgiu, no debate, inclusive, o estilo de aprendizagem: algumas crianças defenderam um estilo público, sob o argumento de “muita gente vive aqui dentro, entra e sai!”. Outras crianças apontaram que não é bem assim …
Do ponto de vista da formação do nosso grupo, foi uma experiência incrível. Em duplas, trabalhamos muito! Foi surpreendente para as crianças realizarem um “passeio com uma escola” e um meio ambiente sujo. Foi gratificante ir embora de volta ao estilo e deixar para trás uma praça um pouquinho mais limpa. 
 
Lucas Maia Benedetti, Noá Vago e Filippe Dotte


 

CENTRO DA CIDADE

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RASTRO 4º ANO VESPERTINO

 

O fechamento do 1º Período entrelaçou nossos estudos, pesquisas e discussões com indagações: Como podemos deixar nossas marcas, nossas intervenções para além dos muros da Estilo? Quais são os pensamentos, sensações e saberes sobre a nossa cidade? Como as crianças se relacionam com a cidade? Quais seriam as atuações das nossas crianças como – além de estudantes – cidadãos? Decidimos partir para a ação!
Com nossos stickers e bilhetes do metrô nas mãos, os estudantes e as estudantes do 4º Ano Vespertino seguiram adiante. Entusiasmadas e entusiasmados, descemos as escadas rolantes da estação Vila Madalena, passamos pelas catracas e nos apropriamos dos espaços do vagão. Em movimento, tivemos a oportunidade de compartilhar esta experiência ao som de músicas independentes: cavaquinhos, saxofones e flautas pan deram ritmo e alegria à nossa viagem!
Demos nossos primeiros passos além da estação Bom Retiro e nos encantamos com os monumentos antigos e prédios que resgatam história e recortes dos nossos estudos. Colocamos a mão na massa! As crianças começaram, então, suas colagens: muros, latas de lixo, bancos, postes e outros componentes receberam nossas artes, nossas marcas e nossas cores… receberam, assim, o olhar da infância em relação à identidade e cultura brasileira!
Deparamo-nos com outras intencionalidades de intervenções artísticas embaixo do Viaduto do Chá: uma banda de idosos compondo sons instrumentais! Com apreciação, respeito e interesse, desfrutamos desse som e aproveitamos para intervir com nossos stickers nas paredes próximas. 
Recuperamos nossas energias tomando lanche na Praça das Artes, mais uma vez com a presença de músicas: um violoncelista marcou ainda mais nossas explorações!
E, assim, as crianças ampliaram seus repertórios como estudantes, contribuindo na ação das nossas intervenções artísticas para ampliar e aproximar suas relações com a cidade na qual convivem!
 
Luca N. Vernalha, Júlia S. Zimmermann e Filippe Dotte
 

 

RÁDIO CIDADÃ

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RASTRO 3º ANO VESPERTINO

Um dos nossos Temas de estudos do primeiro Período foi “A história da música”. Conhecemos e reconhecemos grandes nomes e passeamos por suas canções. Juntas e juntos, exploramos os meios de comunicação e de divulgação de músicas e notícias, e construímos o nosso próprio aparelho de rádio! Assim, conhecemos as diferenças entre “o” rádio e “a” rádio!
Para concretizar ainda mais nossos estudos, visitamos uma rádio comunitária e entrevistamos um dos locutores, Pedro (que também é professor aqui da Estilo). Durante a entrevista, falamos ao vivo para os ouvintes e descobrimos algumas especificidades desse trabalho.
Voltamos à Escola com muitas novidades!
 
Marilia Marques Bellintani, Lilian Dreger Schiavinato e Filippe Dotte

 

 

DE METRÔ ATÉ O PARQUE DO POVO

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RASTRO 1º ANO VESPERTINO

 

No mês de maio, o 1º Ano Vespertino participou do primeiro Rastro, ideia que consiste em usufruir dos espaços públicos e deixar marcas de infância pela cidade, intervindo e/ou estabelecendo novas relações com esse espaço. Assim, ampliamos nosso Quintal, que, por algumas horas, “transformou-se” em parque, em cidade.
Além dos espaços, os olhares das pessoas que nos cruzaram e nos rodearam também foram alterados e afetados. Tudo isso pela curiosidade e surpresa decorrentes da presença de crianças numa cidade tão pouco feita a elas e por elas. Houve quem nos auxiliou na entrada do vagão e outras e outros que lançaram um olhar desconfiado…
Da catraca da estação Cidade Universitária ao gramado do Parque do Povo, a euforia regeu nosso trajeto. As crianças ficaram desapontadas ao descobrir que não existia um polvo gigante no meio do parque, mas isto não as impediu de sair correndo e explorar aquele novo espaço! As brincadeiras não se restringiram ao parquinho: folhas secas eram ora sombrinha, ora algodão doce – vendido por alguns e algumas –, e teve até uma exposição de pedras, folhas verdes e folhas amarelas.
Ao final do passeio, sobrou indignação e protestos quando avisamos que teríamos que voltar à Escola…
 
Franco, Daniela e Filippe


 

INSTITUTO TOMIE OHTAKE

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RASTRO GRUPO 4 VESPERTINO

 

“Os artistas ampliam as nossas relações de conhecimento com o mundo ao proporcionarem versões inusitadas sobre as banalidades e estranhezas do mundo”.
Cunha, Susana R. (2010, p.2)

 

São Paulo, dois de maio, tarde de sol, autorizações confirmadas, Roda rápida para retomar os combinados com relação à saída. Olhos ansiosos, sorrisos e, quando demos por nós, já estávamos de cintos afivelados e animadas e animados. Afinal, não é todo dia que cabe todo o Grupo dentro do mesmo transporte. “Estamos chegando?”. Risadas, palmas, vai… “time do coração!”. Olhares curiosos, mais risadas. “Minha avó mora aqui perto!”. Assistir-viver esse momento, ao lado das crianças, no mesmo banco, já é de movimentar as emoções. Nós sabíamos que estávamos indo ao encontro do inédito…
Chegamos ao Instituto Tomie Ohtake e fomos recebidas e recebidos pelo educador Emol. Fizemos uma roda no piso inferior, nos apresentamos e combinamos de nos dividir na exposição para escolher as obras preferidas. Para nossa grande surpresa e alegria, encontramos alguns quadros expostos da Frida na loja do Instituto. Contamos quantos macacos aquela obra tinha, conversamos sobre a Frida, comentamos sobre o quadro exposto na nossa sala da Estilo, que, além de macacos, tem papagaio. Em seguida, fomos à sala da exposição. Assim que entramos, avistamos a escultura “Tamba-tajá”, de Maria Martins, produção que leva o nome de uma lenda amazônica que conversamos em sala. Festejamos esse encontro!
Quando demos por nós, estávamos sentadas e sentados em frente à obra “Alucinação Parcial”, de Salvador Dalí. Percebemos que ele pintou formigas e tentamos descobrir se eram uvas ou cerejas sobre a cadeira. Contamos ao Emol que aquela torre do quadro “La Tour Eiffel”, de Robert Delaunay, ficava em Paris, na França, e ele perguntou: “Será que o artista morava na França quando desenhou este quadro ou em outro lugar?”. Criança Grupo 4: “Não! Ele sonhou esse quadro!”. Paramos um tempo ainda sobre “Léa e Maura”, de Alberto da Veiga Guignard, e nos perguntamos se as duas meninas do quadro eram irmãs, primas, tias, irmãos ou irmãs gêmeas. Percorremos as obras e brincamos nossas escolhas de preferência por essa ou aquela pintura.
Para afirmar a multiplicidade das linguagens, fomos ao Ateliê do Instituto, e ficamos tímidas e tímidos ao estar no espaço onde alguns adultos estavam trabalhando. Cobrimo-nos com papel craft para nos tornarmos invisíveis e, quando percebemos, já dentro do Ateliê, estávamos experimentando pincéis, afetadas e afetados de tinta, tocadas e tocados pela potência de criação. Pintamos e fomos sendo atravessadas e atravessados por esse momento das relações, do encontro com o grupo, do encontro com o inédito. Para as educadoras e educadores do Instituto Tomie Ohtake, também era uma novidade. Foi a primeira vez que a Educação Infantil fez parte de visita mediada, seguida de ateliê.
Finalizamos nossa tarde compartilhando um piquenique do lado de fora do Instituto… e continuamos a brincar e ocupar, observar e refletir…
 
Vivian Machado Lopes Lourenço, Andressa Nishiyama, Luana de Oliveira Arruda e Filippe Dotte
 

 

DE TREM: DA ESTILO AO PARQUE DO POVO

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RASTRO 3º ANO MATUTINO

 

A cidade de São Paulo, por seus escassos espaços de convivência coletiva, ritmo frenético e acessibilidade reduzida, torna sua ocupação coletiva difícil e rara. Ao reconhecermos a maneira como as cidades são construídas e pensarmos acerca das diferentes regiões de São Paulo, podemos considerar em como o planejamento influencia na qualidade de vida da população, em especial em termos de deslocamento.
Por meio da realização de entrevistas, fizemos uma investigação na Estilo de Aprender acerca dos nossos deslocamentos e os das funcionárias e funcionários, comparando-os e ilustrando nosso mapa de São Paulo com muitos traços que nos levam à Escola! Em seguida, saímos para investigar a cidade em si, e qual melhor meio do que o transporte público?
A CPTM nos levou desde a Cidade Universitária até a Cidade Jardim, e nos forneceu diferentes paisagens da cidade, guiando-nos pelo Rio Pinheiros até nosso destino final: o Parque do Povo. Lá, fizemos um piquenique e criamos um registro de observação da paisagem, sentadas e sentados em um grande gramado que nos permitiu visões modernas e antigas da cidade, arborizadas e urbanizadas, em um ângulo de 360º.
Prontas e prontos para o embarque?
 

Marina Vieira Janotti Moreira, Ana Luiza Savi e Filippe Dotte

 

 

BECO DO BATMAN

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RASTRO 4º ANO MATUTINO

 
“Eu reivindicaria como sendo propriedade e produto do homem toda a beleza, (…) que atribuímos às coisas reais ou imaginárias”
Friedrich Nietzsche
 
“História da arte e sua contemporaneidade”: a partir das nossas discussões iniciais do Tema de histórias, pudemos dar início a uma jornada pelas cores e formas da arte urbana. Nossos sentidos foram estimulados pela cidade e suas composições. Articulamos os Temas de geografias (pintura nas paredes), matemáticas (com suas formas, linhas e geometrias), estruturas da língua (com suas palavras), estabelecendo diálogos das nossas percepções.
Não coubemos na escola: muita emoção, muita cor, muita vida! Fomos para a rua, fomos para a urbe. Os super-heróis têm vida, do Pelé ao Batman, todos podem estar nas paredes da cidade interagindo com quem observa. Fomos ao bairro da Vila Madalena visitar a famosa galeria de arte a céu aberto: o Beco do Batman. Lá, pudemos conversar muito e colocamos em prática, por meio de rodas de conversas, as nossas análises reflexivas sobre arte. Acessamos também diferentes obras de arte com variadas técnicas, emitimos nossas impressões e sensações sobre elas. Nossos sentimentos se eternizaram na cidade a partir dos poemas e minigrafites que fizemos em sala e entregamos às pessoas que ali estavam, como nós, apreciando aquela infinidade de cores e formas. Encontramos com o mundo no Beco: chineses, norte-americanas, gaúchas, espanhóis, músicos. Todos e todas receberam um pouco do amor das e dos estudantes do 4º Ano Matutino da Estilo de Aprender!
 
Pedro Moura Leite Ribeiro, Louisa Campbell Mathieson e Filippe Dotte

 

 

MUSEU AFRO BRASIL

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RASTRO GRUPO 4 MATUTINO

“O que dá sentido ao encontro é uma busca,
e é preciso andar muito para se encontrar o que está perto.”
José Saramago

Logo ali, no Parque Ibirapuera, um pedacinho para nós, descobrindo os podíamos nos aprofundar mais nos nossos Temas, “Baião e Sertão” e “O Brasil de Pernambuco”, por meio da apreciação de obras artísticas presentes no Museu Afro Brasil. Como nas aproximam muitas memórias da cultura nordestina, a partir da matriz afro-brasileira, o logotipo também foi contemplado em nossos olhares.
Em nossos Rastros, observamos, de um lado, um Ema, que gemeu no tronco do juremá, do outro, o Boi-bumbá. Continuando nosso trajeto, encontramos como as rainhas e os reis da África, uma bela e bonita flor do sertão, uma poética do artesanato que representa uma vida do sertanejo, até que … Sentimos cheiro de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e ele estava lá mesmo, com sua sanfona !!
Entre a terra do mandacaru, quando a chuva cai, quando a chuva e os reis decidiram morar, nos deparamos com um emaranhado de núcleos, formas, tamanhos, desenhos e heranças de lugares que são agora são tão nossos. E por isso que voltamos ao chão da nossa Escola com as certezas do que o e o lá fora, como as pessoas podem ser diminuídas quando nos saem atravessadas, e que continuam a andar por essa cidade, esse país, esse mundão … Logo mais!
 
Maiara Estácio, Geovani Nascimento, Priscila Sarto e Filippe Dotte