O Rastro do G3V ao Museu da Educação e do Brinquedo celebrou e representou tudo aquilo que vivemos e conquistamos durante este ano: autonomia, crescimento, liberdade, espaço, brincadeira, investigação …
As crianças contaram os dias no calendário para o nosso primeiro passeio. Expectativa, alegria e euforia invadiram nossas Rodas de conversa sobre as juntas de saída e junto da Escola como amigas, amigos, professores e professoras.
Foi lindo, esta libertação de um livro, circular em um lugar público, levar uma infância para além dos muros da escola …
“É necessário sair da ilha para ver uma ilha. Não nos vemos não saímos de nós ”. José Saramago
No quarto Período do 4º Ano, como alunos e estudantes se deparam com um novo desafio: desenvolver uma prática de pesquisa que aborda os discursos – ciências, geografias e histórias – um só tema, o lixo. Esta trajetória está sendo feita por meio de debates, leituras e atividades direcionadas que facilitam a análise e a reflexão sobre o assunto sob perspectivas distintas, mas de forma orgânica.
“Sonhador” (Vic Muniz)
As informações sobre as limpezas, as perspectivas e os benefícios, as instalações da YouGreen, a cooperativa para o cuidado da seleção seletiva do Estilo de Aprendizagem. There is detail information and processes of mining and materials that produzimos on our cotidian, and also observamos the work human that is por iss.
Para uma pesquisa de campo, levamos nossas perguntas com várias perguntas elaboradas em sala. O que acontece com os materiais após a descarte! Conversamos com os cooperados e como colaboradoras que trabalhavam coletando informações e dados, com o que já estávamos debatendo e analisando na sala de aula.
“O verdadeiro destino do homem é ser um planetário”.
Pierre Levy
Múltiplas pesquisas, descobertas, reflexões, registros, olhares e saberes refletem nossos Projéteis referentes ao quarto e último Período deste ano. Nosso Tema – Lixo –, vem enriquecendo e ampliando novas possibilidades e formas de conhecer, lidar, refletir e mudar nossas posturas como cidadãos e cidadãs.
Além de dialogarmos e estabelecermos relações acerca de conceitos como consumismo, desperdício, sustentabilidade, resíduos, lixo orgânico e inorgânico, coleta seletiva, aterro sanitário e muitos outros, juntas e juntos à Cooperativa “YouGreen”, exercemos novas mudanças dentro da sala de aula e da própria Estilo! Recebemos um convite para conhecermos na prática novos destinos de resíduos que são utilizados por nós, da Estilo, e por outras instituições, na própria “YouGreen”!
Fomos recebidos pela Gabi, que nos guiou pelo grande espaço da Cooperativa. As crianças ficaram intrigadas pelo espaço físico do galpão e pela complexidade de processos que conduzem e separam os resíduos para seus futuros destinatários: balanças, prensas, esteiras, sacos para separação de tipos de lixo e, claro, pilhas e mais pilhas de resíduos empilhados que chamaram atenção dos nossos e nossas estudantes.
Participamos, ainda, de uma breve aula expositiva, de modo que as crianças conhecessem mais a respeito da relação da nossa escola com a YouGreen: “O que é a YouGreen?”, “Qual a relação dela com a Estilo de Aprender?”, “Que trabalhos foram/são feitos entre elas?”, “Como utilizar os lixos da coleta seletiva com propriedade?”.
Nossos e nossas estudantes realizaram, então, uma dinâmica: recolher materiais (plásticos, garrafas de vidro, metais, papéis, entre outros) e colocá-los devidamente em seus respectivos coletores a partir dos nomes (plástico, papel, metal, vidro, orgânico) e cores (vermelho, azul, amarelo, verde, marrom). Entusiasmados, cuidadosos e atentos, os estudantes e as estudantes aguçaram suas posturas como cidadãos e cidadãs coletivamente!
Finalizamos nossa visita em roda após tomarmos nosso lanche e realizarmos uma breve e calorosa conversa de fechamento com a Gabi!
Cozinhar ao ar livre? Será que é possível? Poucos utensílios… uma ideia na cabeça…
Como nossos ancestrais faziam para comer? O que precisamos saber e conhecer para sobreviver em qualquer lugar do mundo? Será assim tão complicado?
Os saberes estão dentro e fora de nós! Basta parar, respirar e observar! O interno e o externo… Desafio feito! Desafio cumprido!
Nesta viagem, escolhemos o Condomínio Cultural (Condô) para ser nosso barco de experiências. Levamos na mala um fogão portátil, um botijão de gás e utensílios para cozinhar. As matérias-primas foram as sobras da despensa da nossa cozinha, ervas e frutas que colhemos no local e… voilá! Criamos um cardápio para cada dia, com misturas e cores diferentes e inusitadas!
Juntas e juntos, carregamos nossa bagagem e montamos nossa estrutura no quintal do Condô. Seguimos para conhecer o prédio e sua história. Ao voltar, as estudantes e os estudantes se dividiram em grupos e cada uma e cada um executou suas tarefas com técnicas e procedimentos aprendidos nas aulas de Comida e Cultura. O resultado foi incrível e saboroso!
No final, desmontamos nossa estrutura e retornamos à Estilo com a bagagem mais pesada… recheada com mais segurança, liberdade, independência, senso de cooperação e muita alegria!
Nosso Rastro partiu de um convite! Um convite do João, estudante do 2º Ano, para compartilharmos a sua jabuticabeira, conhecermos a sua casa, colhermos como frutas e cozinharmos juntas e junto.
Fomos a pé, sem caminho, observamos como plantas do bairro da escola, tempo de brincar em uma praça, flores! Quando chegamos, nos revemos para subir na jabuticabeira e colher os frutos, eram muitos!
Depois, ajudamos a professora, nossa professora de Comida e Cultura, amassar como jabuticabas para fazer uma deliciosa geleia.
As mulheres não se apressam, brincam juntos e juntas, até chegar a hora dos nos deliciarmos com uma geleia e voltarmos ao Estilo com água na boca!
“Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.”
Guimarães Rosa
Enquanto adultos estavam ocupados em pensar sobre a previsão do tempo, olhando o céu curiosos atrás de respostas, as crianças pulavam e gritavam: “Time rosa!! Time rosa!!! Time rosa!!!”, pela cor da camiseta. Algumas já se antecipavam e perguntavam sobre a autorização, sobre estar com o uniforme… É bonito notar a implicação das crianças em ir, pelo desejo de chegar!
Então, vamos! Andamos pela rua. As pessoas dentro dos carros parados no farol nos acenavam. Ocupamos um breve espaço de tempo, mas suficiente para nos relacionarmos com a cidade, com outras pessoas. Suficiente para que elas sorrissem para nós.
Durante o caminho a pé, as crianças recolheram algumas folhas e outros “achadouros”, como diria Manoel de Barros, que foram depositados dentro de um cesto.
Quando chegamos à Praça, foi uma grande euforia. Não é uma praça desconhecida, é a nossa Praça! As crianças exploraram o brincar livre, se dividiam entre os brinquedos, faziam do corpo o próprio brinquedo. Encontraram até um filhote morto de passarinho, o colocaram em uma folha, junto com uma amora, e o deixaram dentro de uma árvore oca. Enquanto isso, outras crianças brincavam na gangorra, no balanço, de pega-pega.
Olhamos o céu novamente e nós, adultos, concluímos: é hora de partir! “Mais 5 minutos, vai!”. “Tudo bem, combinado!”. Aproveitaram até o último segundo dos cinco minutinhos para voltar… aperta o passo, dá a mão, espera a outra criança, agora vamos!
Algumas gotas começaram a cair, já estávamos muito próximas e próximos da Estilo, e ouço as crianças cantando “Chuva, chuva, vá embora, já chegou a sua hora!!!”.
Voltamos à escola, tomamos lanche e abrimos uma roda para falar sobre tudo o que havíamos vivido naquela tarde. As crianças estavam entusiasmadas, o passarinho foi lembrado… Uma fala de agradecimento por estar próximo à escola nos primeiros pingos de chuva! Que aventura!! “Eu adorei ir à praça para brincar!”.
No dia seguinte ao passeio, levamos o material recolhido até o Quintal, nos dividimos e montamos uma figura humana para observar do andar de cima, lá no Fundamental. Na primeira tentativa, não deu certo, voltamos ao Quintal, organizamos novamente a figura humana e voltamos a subir para ver… “Agora estou vendo! Eu consegui!!!”.
É uma fresta no tempo, que nos convida a olhar-viver as pequenas grandes aventuras da vida, seus ciclos e suas múltiplas perspectivas!
Vivian M. L. Lourenço, Andressa Nishiyama e Luana O. Arruda
Fluxos de sensações: toneladas que nos acercam, cheiros que nos abordam. Sabores, temperos, experiências! Vivência que toca – sai do caderno e vai para a vida. Vira realidade e é sentida. Como uma nossa presença é sentida, comentada, comemorada e paparicada: – Querem experimentar? Os números são grandes, pesos e preços! Ora calculados com uma cabeça, ora com os dedos. E seguimos enchendo nossas sacolas de grãos, temperos, curiosidade, brincadeira … satisfação!
“Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte que o lugar”
(Guimarães Rosa)
Com os nossos Temas “Baião e o Sertão” e “O Brasil de Pernambuco”, descobrimos que a nossa cidade de São Paulo foi eleita por milhões de migrantes nordestinos para ser a casa de seus sonhos. E, novamente, em nosso segundo Rastro, um pedacinho dela se mostrou para nós: nos deparamos com o Centro de Tradições Nordestinas. Espaço que tem como objetivo reunir os sotaques, cores e sabores da região que tanto preencheram nossas manhãs com suas manifestações culturais.
Lá, apreciamos, mais uma vez, elementos dos nossos Temas materializados, só que gigantes: chapéu de couro e sanfoneiro gigantes, zabumba enorme, mandacarus crescidos, Luiz Gonzagão gigantesco. Até o palco enorme acolheu nossas vozes entoando “Asa branca”! As casinhas de Olinda sobre as nossas cabeças se fizeram, para nós, moradas. Um céu de bandeirinhas coloridas da Festa Junina nos mostrava a imensidão daquele lugar, que já não podíamos alcançar, mesmo subindo muitos degraus das escadas. E, ao andar por todos os espaços, recordamos que, desde o início, nossos Temas foram por outros caminhos ao convidarem as crianças a olhar as coisas do chão e as coisas simples, como a leveza dos nossos passos do forró, a pequena flor do mandacaru que desabrocha, a casa de taipa que se faz lar, a terra que nos dá o milho. Mas, ao final, o sentimento foi de que o miúdo se fez grande, maior e até infinito. Nossos Temas cresceram tanto até transbordarem de afetos, histórias, danças, cantorias; viraram memórias que resgatamos, e as enxergamos em todos os caminhos trilhados no CTN. Hoje, estas lembranças são nossas heranças, viraram saudades que nos fazem celebrar o merecimento de termos vivido…
Continuaremos depois das merecidas férias!
Maiara Estácio, Geovani Nascimento, Priscila Sarto e Filippe Dotte
Era sexta-feira, a primeira tarde ensolarada de uma semana de outono bem cinza. Reunimo-nos na sala do Grupo 4 para fazermos os últimos combinados. Por volta das 14h, estávamos no transporte, prontas e prontos para a partida.
No caminho, as crianças conversavam: “Eu já fui ao Sesc Pompeia” ou “Olha, aqui é minha casa nova”. O clima de animação e ansiedade estava presente. Descemos do transporte e fomos andando até a entrada principal do Sesc. Não teve como não perceber os olhares adultos ao verem a infância invadindo a cidade: a cada passo das crianças na calçada, toda a atenção voltava-se para nós!
O espaço da exposição era um grande saguão feito de pedras, paredes de tijolos aparentes, iluminação quente e indireta, onde as obras ali expostas estavam misturadas às curvas do rio artificial que corta todo o espaço. E, assim, esse se tornou o grande mote do Rastro: águas que correm. Havia um rio no meio da exposição. Um rio cheio de pedras, de pontes e onde havia projetada uma imagem que lembrava o fogo; junto a ela, um pequenino barquinho de papel perdido foi encontrado por um dos estudantes. Mais para frente, outros dois barcos de madeira naufragados clamavam por socorro enquanto que seus companheiros voavam pendurados por fios. As crianças invadiram o espaço de pronto, correram, atravessaram as pontes, olharam os barcos, molharam suas mãos no rio, experimentaram as roupas da obra interativa “Novos costumes”, de Laura Lima, se apropriaram do espaço e o fizeram de seu. Em algum tempo, a exposição deixou de ser o foco e todos e todas correram para o Espaço do Brincar. Como se manter distante daquele mundo de bolas coloridas? O Grupo experimentou seus desafios, cores e texturas. Esbaldou-se em brincadeiras, saltos e piruetas.
Para finalizar nossa prazerosa tarde, fizemos um delicioso piquenique no “deck”, aproveitamos o fim da tarde e embarcamos de volta à Estilo.
Um Rastro que fica dentro de todas e todos nós. Como as águas que se juntam para formar o rio, vivemos a beleza do encontro das relações e suas multiplicidades!
Um abraço,
Vivian M. L. Lourenço, Andressa Nishiyama, Luana O. Arruda e Filippe Dotte